O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, deve apresentar propostas alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) a líderes partidários neste domingo, 8, às 18h. O encontro está previsto para acontecer na Residência Oficial da presidência da Câmara.
A reunião foi marcada depois de um acordo entre a cúpula do Congresso e o governo, que deu um prazo de dez dias para o Executivo apresentar alternativas à elevação das alíquotas do IOF sobre diversas transações.
O prazo foi negociado pelos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Eles alertaram Haddad sobre a insatisfação no Congresso e o risco de revogação do decreto.
O governo brasileiro aumentou o IOF sobre operações financeiras.
Remessas ao exterior, cartão internacional, previdência e até compra de dólar: tudo mais caro.Não é justiça tributária. É expropriação disfarçada.
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— Gabriel Duarte (@osrduarte) May 23, 2025
As medidas sobre o IOF já haviam sido debatidas na última terça-feira, 3, em encontro entre Haddad, a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, Lula, Alcolumbre e Motta. Na ocasião, as propostas não foram divulgadas, pois dependiam de avaliação dos líderes parlamentares.
A reunião deste domingo foi agendada para o fim do dia, a fim de permitir o retorno dos parlamentares a Brasília. O objetivo é reunir lideranças da Câmara e do Senado. Alcolumbre também cogita uma nova reunião com senadores nesta segunda-feira, 9, pela manhã.
Aumento do IOF enfrenta resistência no Congresso
Diante da repercussão negativa do aumento do IOF, o governo revogou parte das medidas no mesmo dia do anúncio. Mesmo assim, a estimativa de arrecadação se mantém: cerca de R$ 18 bilhões em 2025 e R$ 40 bilhões em 2026.
☠️ Hoje é dia de silêncio nas minhas threads em homenagem ao pagador de imposto brasileiro, que acaba de ser premiado com IOF de 3,5% em tudo que é operação internacional.
Cartão, remessa, câmbio, investimento lá fora…
O objetivo era acabar com o IOF pra entrar na OCDE.… pic.twitter.com/Qf35vl35I3— Henrique Esteter (@Economesteter) May 22, 2025
No Congresso, a oposição apresentou propostas para derrubar os decretos. Em entrevista na última quinta-feira, 6, Motta afirmou que os líderes ainda vão analisar a questão e decidir sobre a continuidade de um projeto, a depender das propostas da equipe econômica.
Além de medidas pontuais, estão em discussão propostas estruturantes. Motta já manifestou apoio ao fim de isenções fiscais e à retomada da reforma administrativa.
Também estão em análise mudanças no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e possíveis ajustes no Benefício de Prestação Continuada (BPC), que já sofreu alterações no pacote fiscal aprovado no fim do ano passado.