O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, antecipou suas férias para o período de 16 a 22 de junho. Antes, a folga estava marcada para 11 a 22 de julho. A mudança ocorre em um momento de pressão sobre o petista diante da expectativa sobre as novas medidas de ajuste fiscal. A pasta tenta reverter o desgaste gerado pelo anúncio do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
O despacho com a antecipação das férias foi publicado no Diário Oficial da União (DOU), nesta quinta-feira, 5. A folga vai permitir que Hadadd tenha tempo para atuar nos bastidores do Congresso Nacional antes do recesso parlamentar, que começa oficialmente em 18 de julho.
O decreto do IOF, anunciado pela Fazena, previa arrecadar R$ 20,5 bilhões em 2025 e R$ 41 bilhões em 2026. O governo federal, porém, recuou parcialmente do plano depois da forte repercussão negativa sobre a taxação de remessas de fundos de investimentos ao exterior.
Com a mudança, a estimativa de arrecadação caiu para R$ 19,1 bilhões no próximo ano e R$ 38,2 bilhões no seguinte. A decisão ocorreu depois de pressão do Congresso, que apresentou mais de 20 projetos de decreto legislativo (PDL) para barrar a medida.
Para evitar resistência no Legislativo, o governo atendeu a um pedido dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e marcou uma reunião com líderes partidários das duas Casas. O encontro será no domingo 8.
Depois de se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio da Alvorada na terça-feira 3, Haddad afirmou que houve “consenso” entre Executivo e Legislativo para adiar o anúncio do pacote fiscal até a conversa com os parlamentares.