O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na quarta-feira 8 que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva o interpela constantemente sobre o preço dos alimentos nos supermercados.
Durante sua participação no programa Bom Dia, Ministro, Haddad anunciou também que os ministérios devem apresentar até a próxima sexta-feira, 17, propostas detalhadas para a reconstrução do Rio Grande do Sul. O Estado sofre com severas enchentes.
Haddad explicou que essa medida responde à diretriz de Lula para acelerar os procedimentos necessários para a decretação do estado de calamidade pública.
O ministro afirmou que a ordem de Lula é entregar todos os atos e desdobramentos cruciais relacionados à decretação do estado de calamidade nesta semana. Isso permitirá aos ministérios liberar créditos extraordinários em áreas como saúde e educação para auxiliar na recuperação do Estado.
A diretriz de Lula
Haddad ressaltou que sua equipe se concentra em quatro áreas principais: renegociação da dívida estadual, abertura de linhas de crédito subsidiadas, revisão da tributação de empresas locais e um acordo com instituições financeiras para facilitar a renegociação de dívidas.
A proposta de renegociação da dívida já seguiu para a Casa Civil, e espera-se que o presidente Lula faça o anúncio oficial em breve.
O Rio Grande do Sul enfrenta uma grave crise humanitária, com 95 mortes confirmadas e outras quatro sob investigação pela Defesa Civil, que também reporta 131 desaparecidos e 372 feridos. As chuvas afetaram mais de 400 municípios gaúchos, intensificando a urgência das medidas de recuperação.
Haddad comenta atuação do Banco Central
O ministro da Fazenda também discutiu a política econômica nacional, ao enfatizar o debate entre o governo e o Banco Central sobre a taxa Selic.
Com uma reunião do Copom agendada para esta sexta-feira, 10, espera-se uma decisão sobre a nova taxa de juros. O mercado antecipa uma redução modesta.
Haddad ressaltou que esta é a primeira vez que um governo lida com um presidente do Banco Central nomeado pela administração anterior, o que complica a transição.
O ministro também ressaltou a isenção de impostos em itens da cesta básica como parte da reforma tributária, com o objetivo de reduzir o custo dos alimentos. A inflação, que mostra uma tendência de queda, continua sendo uma preocupação constante do governo, que busca manter os índices dentro das metas estabelecidas.