sexta-feira, novembro 22, 2024
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Guia Mendoza: onde ir, comer, se hospedar e, claro, beber muito bem na região

Você nem precisa ser um grande apreciador de vinhos para saber que Mendoza é uma das mais famosas regiões produtoras de vinho do mundo. Basta olhar as prateleiras dos supermercados para se deparar com rótulos vindos diretamente do país vizinho ao Brasil.

Reconhecida como a capital do Malbec e a capital dos vinhos da Argentina, Mendoza nos recebe de maneira ímpar: suas vinícolas carregam nomes tradicionais que aproveitam o máximo do terroir; seus restaurantes põem à mesa receitas caprichadas com ingredientes sazonais e seus hotéis garantem serviço de primeira enquanto enquadram vistas surpreendentes. Tudo isso está atrelado, claro, a uma boa estrutura de enoturismo.

Com tantos atributos, não é à toa que dedicamos dois programas inteiros ao destino na sexta temporada do CNN Viagem & Gastronomia, em que visitei diferentes propriedades que fazem bonito na arte da hospitalidade.

Mas quais vinícolas valem a pena visitar em Mendoza? Tudo fica em um mesmo lugar? Qual o melhor período para visitar o destino? Respondo essas e outras perguntas no guia abaixo, com informações e links úteis para o seu roteiro:

Mendoza: cidade ou província?

Os dois! Uma das questões mais importantes ao falarmos sobre Mendoza é entender sua divisão. Além de ser uma das maiores cidades da Argentina, em que fica a oeste do país, Mendoza também dá nome à província. 

Com a imponente Cordilheira dos Andes como quintal, Mendoza tem entre suas principais atividades econômicas a viticultura, em que produz cerca de 78% dos vinhos de toda a Argentina e possui 149 mil hectares de vinhedos. Dentre as milhares de vinícolas produtoras, mais de 200 delas são abertas a turistas, com atividades de enoturismo que envolvem tour, degustações e gastronomia.

Enquanto a capital possui um cenário mais urbano, também com restaurantes, hotéis e atividades de qualidade, as principais vinícolas e programas imperdíveis ficam em outras regiões, todas pelas redondezas. As principais são: Maipú, Luján de Cuyo e Vale do Uco.

Confira a seguir uma breve explicação sobre cada uma, assim como deixo links para tornar seu roteiro ainda mais proveitoso, afinal, Mendoza deve ser degustada sem pressa:

Maipú:

Restaurante da Bodega Santa Julia, em Maipú
Restaurante da Bodega Santa Julia, em Maipú / Reprodução/Site

A apenas cerca de 30 minutos de Mendoza, a região de Maipú é a mais próxima do centro da capital mundial do Malbec. Junto com Luján de Cuyo, fica na região do Rio Mendoza, em que apresenta boa amplitude de altitude, entre 650 e 1.000 metros, e solos pedregosos, pobres e ricos em calcário – bons para crescimento das videiras e dos olivais.

Apesar de possuir um número reduzido de vinícolas quando comparado às outras localidades, alguns nomes se sobressaem, como a bodega e o restaurante El Enemigo e a Trapiche.

Luján de Cuyo:

Daniela Filomeno na cave da Catena Zapata, eleita a melhor vinícola do mundo
Daniela Filomeno na cave da Catena Zapata, eleita a melhor vinícola do mundo / CNN Viagem & Gastronomia

Situada na parte alta do Rio Mendoza, a 20 km da cidade de Mendoza, as características principais da região de Luján de Cuyo são vinhedos de 800 a 1.200 metros acima do nível do mar e vinícolas centenárias, que são berços de grandes rótulos.

Luján de Cuyo é a principal Denominação de Origem Controlada (DOC) argentina para a produção do Malbec. Aqui fica a Catena Zapata, eleita a melhor vinícola do mundo em 2023 pelo World Best Vineyards.

Vale do Uco:

Varanda de um dos quartos do The Vines Resort & Spa, Vale do Uco
Varanda de um dos quartos do The Vines Resort & Spa, Vale do Uco / Divulgação

Mais afastada, a cerca de 80 km de Mendoza, ou 1h30 de carro, a região de Vale do Uco é reduto de rótulos renomados e está entre os lugares mais apreciados do mundo para quem é fã de enoturismo.

Aos pés da Cordilheira dos Andes, os vinhedos enfrentam invernos rigorosos e verões quentes com noites frescas. A grande amplitude térmica, com solo pobre, pedrogoso e bem drenado, assim como as elevadas altitudes, resultam em vinhos concentrados.

Além das vinícolas mundialmente famosas, aqui é possível desfrutar de hospedagens que oferecem luxo, requinte e conforto atreladas a experiências voltadas ao vinho. De quebra, também somos presenteados com paisagens estonteantes.

Mendoza (cidade):

Jardim do restaurante 1884, em Mendoza
No centro de Mendoza, restaurante 1884 tem assinatura de Francis Mallmann / Reprodução/Instagram

Mesmo sem vinícolas com vinhedos a perder de vista, o centro da cidade de Mendoza também possui restaurantes e hotéis que merecem destaque, com pegada mais urbana que pode ser uma mão na roda a depender do seu roteiro.

Outras vinícolas, passeios e restaurantes:

Daniela Filomeno na propriedade de Susana Balbo em Luján de Cuyo
Daniela Filomeno na propriedade de Susana Balbo em Luján de Cuyo / CNN Viagem & Gastronomia

Se ainda tiver dúvidas de quais vinícolas visitar, em quais restaurantes comer ou o que fazer além dos vinhedos, o compilado a seguir te ajuda na hora de montar o roteiro com base nas minhas vivências prediletas em Mendoza:

Dicas úteis para sua viagem a Mendoza

Como chegar

Há voos diretos frequentes saindo de São Paulo com destino a Mendoza pela Latam, Aerolíneas Argentinas e Gol. De São Paulo ou de outras capitais do Brasil há também possibilidade de conexão em Buenos Aires.

O aeroporto que serve Mendoza é o Aeropuerto Internacional El Plumerillo, que fica a cerca de 20 minutos de carro do centro da cidade.

Como se locomover

A pedida ideal para uma estadia em Mendoza é serviço de transfer/motorista particular. As vinícolas são afastadas umas das outras, com longas estradas e rodovias que cortam a província, sendo o carro a maneira de transporte ideal para conhecer a região e realizar os passeios.

Como um dos grandes atrativos é beber vinho, não recomendamos alugar o carro e o próprio turista ser o motorista da vez. Caso esteja em grupo, a opção é alugar um serviço de van com motorista.

Quando ir

As vinícolas em Mendoza ficam abertas durante o ano todo. Apesar disso, as estações são bem marcadas e apresentam diferentes paisagens. Os verões são secos e têm média de 24ºC, enquanto os invernos têm média de 6ºC e são úmidos.

Assim, o outono e a primavera são estações recomendadas para uma viagem à província, com climas mais agradáveis.

A vindima, ou seja, a colheita das uvas, ocorre no verão, majoritariamente no mês de março, podendo se estender até o fim de abril. Entre fevereiro e o começo de março ocorre o ato central da Festa Nacional da Vindima, uma megafesta que envolve toda a comunidade para marcar o início da colheita, em que festas folclóricas e programação especial nas vinícolas fazem parte do calendário.

Já o inverno, entre o fim de junho e setembro, apresenta paisagens com vinhedos sem folhas nem uvas, com chances das paisagens estarem rodeadas por neve. Nesta época é possível estender os passeios para estações de esqui próximas, como Los Penitentes e Los Puquios, a cerca de 180 km de distância da capital e com pistas para iniciantes.

Quanto tempo ficar

Assim como seus vinhos, Mendoza deve ser degustada sem pressa. Portanto, um roteiro ideal abrange mais de quatro dias pela província. Como as regiões são afastadas uma das outras e dependem de transporte por longas estradas, a dica é reunir passeios e vinícolas em uma mesma região por dia.

A dica é se hospedar em um hotel no meio dos vinhedos para ter uma experiência mais completa do destino, mas caso queira ficar pelo centro da cidade de Mendoza, pode-se dedicar cerca de dois dias para realizar atividades nas redondezas – vale lembrar que Maipú e Luján de Cuyo são as sub-regiões produtoras mais próximas da cidade.

O ideal é também aliar atividades enoturísticas com outros passeios, como ida a diferentes restaurantes, produtores de azeite e atividades na natureza pelas paisagens naturais de Mendoza.

Via CNN

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