O diretor e roteirista Guel Arraes, 70, está prestes a lançar sua adaptação de “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa, nas telonas. Ainda em 2024, ele também lança a sequência de “O Auto da Compadecida” (2000). Em entrevista à CNN, o cineasta pernambucano afirmou que foi mais difícil adaptar o texto do escritor mineiro do que a peça de Ariano Suassuna para o cinema.
“São dois clássicos, um da comédia e outro do drama. ‘O Auto da Compadecida’ já é escrito em forma de uma peça, de uma dramaturgia mais próxima de um roteiro, então claro que a gente acrescentou e tirou coisa, inverteu, mas a gente já tinha uma estrutura pronta, mais estabelecida”, começou.
“‘Grande Sertão’ tem uma grande dramaturgia também, isso é uma das coisas que eu descobri. O livro é muito caudaloso, são mais de 500 páginas, onde, em meio a história, tem muitas reflexões e comentários filosóficos. Mas para fazer o filme, a gente enxugou, devemos ter usado cerca de 20% do livro. A gente quis pegar a parte mais de ação. A gente colocou o osso da história em ordem cronológica, sempre com a linguagem de Guimarães, e vimos que ali tinha um maravilhoso roteiro de aventura, amor e guerra”, contou.
Arraes escreveu o roteiro de “Grande Sertão” ao lado de Jorge Furtado (“Ilha das Flores” e “O Homem Que Copiava”). A trama transpõe o universo da violência dos jagunços do sertão para o território das organizações criminosas de uma periferia urbana, cercada por muros gigantescos, em um tempo indeterminado.
Estrelado por Caio Blat (“Carandiru: O Filme” e “Ponte Aérea”) e Luisa Arraes (“Babilônia” e “No Rancho Fundo“), o filme segue a trajetória de Riobaldo, professor que ingressou no bando por amor a Diadorim, um dos bandidos.
Nomes como Rodrigo Lombardi, Luís Miranda, Eduardo Sterblitch, Mariana Nunes e Luellem de Castro também compõem o elenco. “Grande Sertão” chega aos cinemas na quinta-feira (6).
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