Um grupo de lutadores se uniu para reforçar a segurança no abrigo da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre (RS). O atleta profissional de MMA Yuri Maia, de 31 anos, que organizou a ação, concedeu entrevista a Oeste nesta quinta-feira, 16.
Os voluntários trabalham na segurança do Pavilhão 55 da Ulbra, onde cerca de 800 pessoas estão abrigadas. Dezenas de famílias em Canoas foram afetadas pelas enchentes que atingem o Rio Grande do Sul. Maia explicou que organizou o grupo depois de ouvir reclamações de alguns desabrigados.
“Recebemos inúmeros relatos”, contou o atleta. “Recebemos prints de pessoas pedindo socorro, de vários voluntários.”
Ao ouvir os relatos, o lutador de MMA decidiu chamar alguns amigos que lutam para ajudar na segurança do abrigo, que é o maior de Canoas. Ele criou um grupo no WhatsApp para reunir os voluntários. Outros atletas ficaram sabendo da ação e decidiram ajudar.
Leia também:
“Fizemos um grupo e nos voluntariamos por causa das questões de abusos e de importunação sexual, para proteger as mulheres e crianças”, disse Maia. “Estamos em um grupo com cerca de 50 pessoas.”
Maia explicou que o objetivo é auxiliar os policiais na vigilância do pavilhão do abrigo em Canoas. A Brigada Militar (BM), o equivalente à Polícia Militar em outros Estados, também está presente no local — mas com um efetivo baixo.
“A gente está lá dando um auxílio”, afirmou Maia a Oeste. “O que a gente faz é olhar os corredores para ver se não tinha ninguém fazendo alguma coisa ilícita. Alguma importunação com alguma criança. Olhamos os banheiros e tudo mais.”
Lutadores revezam na ajuda ao abrigo da Ulbra em Canoas
Os voluntários fizeram uma escala para que toda a noite, das 22h às 6h, fiquem de seis a dez lutadores no pavilhão auxiliando na segurança em Canoas. O atleta contou que já ajudaram a separar brigas generalizadas e viram um homem que importunou sexualmente abrigados.
“Pegamos uma importunação sexual”, disse Maia. “Um senhorzinho se masturbando embaixo do cobertor. A gente pegou ele e chamamos a Polícia Civil, que recolheu ele e o colocaram em outro pavilhão. Não sabemos se chegaram a levar ele para a delegacia.”
Além de ajudar com a segurança do abrigo de Canoas, os voluntários também auxiliam na organização e no auxílio aos doentes. “A comunidade, as pessoas, agradeceram bastante nosso trabalho”, concluiu Maia.