Em 2023, o Brasil presenciou um aumento de 6,08% no número de greves em comparação ao ano anterior, com um total de 1.132 paralisações registradas, somando 42 mil horas de trabalho paralisado. O crescimento foi documentado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O estudo, fundamentado em informações do Sistema de Acompanhamento de Greves (SAG-Dieese), aponta que a grande maioria das paralisações ocorreu no setor público, representando 55,5% do total, enquanto o setor privado respondeu por 43,1% das greves.
Entre as principais demandas dos trabalhadores, o reajuste salarial liderou as reivindicações, seguido por protestos relacionados ao cumprimento do piso salarial, ao atraso nos pagamentos e à melhoria das condições de trabalho. Segundo o Dieese, 78,1% das paralisações tiveram “caráter defensivo”, buscando a preservação de direitos e condições de trabalho já estabelecidos, enquanto 49,8% propunham novas conquistas.
Resultados das greves
No que se refere aos resultados, o levantamento indica que 67% das manifestações alcançou algum tipo de sucesso em suas reivindicações, seja de maneira integral ou parcial. A intervenção do poder Judiciário foi necessária em 38% dos casos.
O Dieese também observou uma variação sazonal nas greves, com predominância das paralisações no setor privado no início e no final do ano, muitas vezes motivadas por atrasos nos pagamentos salariais. Em 2023, mais da metade das greves no setor privado envolveu trabalhadores terceirizados.
Já no setor público, as paralisações concentraram-se em março, especialmente por parte dos professores que demandavam o cumprimento do piso nacional da categoria, e a partir de abril, outras categorias seguiram o movimento com foco no reajuste salarial.