A greve dos servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) está afetando a exportação de automóveis da Argentina para o Brasil. A Associação de Fabricantes de Automóveis argentina (Adefa) estima que 18 mil veículos estejam parados nos portos brasileiros aguardando a resolução da situação.
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Certificação é necessária para concluir processo de exportação
A licença de importação emitida pelo Ibama comprova que as autoridades brasileiras estão cientes da entrada dos carros no país. O documento ainda atesta que os veículos estão de acordo com as regras ambientais vigentes no Brasil.
O diretor-executivo da Adefa, Fernando Rodríguez Canedo, afirma que o empresariado local ainda não sentiu no bolso as possíveis consequências, mas teme ser forçado a descumprir prazos ligados à lei penal cambiária argentina, que dita as regras do processo. O setor tem 60 dias desde o momento que os automóveis deixam o solo argentino para enviar ao país os ganhos com a exportação.
Antes, a certificação do Ibama, que permite que carros sejam comercializados no mercado brasileiro, acontecia em cerca de 20 dias. Agora, no entanto, esse tempo varia de 45 a 50 dias. Mas segundo a que representa o setor argentino, o prazo pode acabar chegando a 60 dias se a situação não for resolvida.
O atraso na liberação das licenças pelo Ibama também tem afetado a exportação de carros híbridos e elétricos de diversos países, como a China. No total, pelo menos 60 mil automóveis estão aguardando a certificação em áreas portuárias do Brasil.
Greve do Ibama
- Os servidores do Ibama estão em greve desde a primeira semana de janeiro de 2024.
- Eles pedem um reajuste salarial para retomar as atividades.
- Além disso, querem que o governo federal promova novos concursos para a entidade.
- Presidente da associação dos servidores ambientais, Cleberson “Binho” Zavaski afirma que dos atuais 2.800 funcionários que compõem o Ibama, mil se aposentarão até o final do próximo ano.
- Os trabalhadores ainda afirmam que, até o momento, não houve nenhuma proposta do governo que “atenda minimamente às reivindicações”.
- Por isso, a paralisação segue por tempo indeterminado.
- As informações são da Folha de São Paulo.