Em nota enviada ao Ministério da Fazenda na última terça-feira, 17, entidades comerciais alertaram o chefe da pasta, Fernando Haddad, sobre uma crise operacional nos Aeroportos de Guarulhos e Viracopos.
Segundo o documento, a situação tem como origem a greve de auditores fiscais, que resultou na retenção de cerca de 50 mil itens. Isso impactaria o comércio exterior brasileiro.
“A crise operacional gerada pela paralisação tem ampliado os custos logísticos, afetando exportadores e importadores de forma indiscriminada”, escreveram as entidades, em nota. “Empresas brasileiras enfrentam dificuldades para cumprir prazos de entrega, o que pode levar à rescisão de contratos internacionais e à substituição do Brasil por fornecedores de outros países.”
Outro trecho da carta das associações afirma que os atrasos logísticos impactam não apenas as empresas de transporte e logística, mas também afetam diretamente o comércio exterior brasileiro.
“Isso prejudica a competitividade do país no mercado global e compromete a eficiência das cadeias de exportação e importação”, analisam as entidades.
Ao todo, quatro associações assinam o texto. São elas: Associação Brasileira das Empresas de Transporte Internacional Expresso de Cargas (Abraec), a Associação Latino-Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (Alta), a Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol) e Associação Brasileira de Transportadores Internacionais (ABTI).
Haddad anuncia férias em meio a dólar recorde e desajuste fiscal
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, marcou férias para o início de 2025. Conforme publicado no Diário Oficial da União da terça-feira 17, ele vai ficar afastado das atividades entre os dias 2 e 21 de janeiro.
As férias de Haddad ocorrem em um momento conturbado no âmbito econômico do Brasil, para além das greves dos aeroportos.
Na parte fiscal, o Congresso Nacional ainda não aprovou o tão esperado pacote de corte de gastos do governo federal, apresentado no mês passado, e que pode ficar para o ano que vem. O projeto estima uma economia de R$ 70 bilhões em dois anos e tem o objetivo de tentar reequilibrar as contas públicas.
Além disso, os últimos dias foram de recorde do valor do dólar, a moeda dos Estados Unidos, em relação ao real.