Fernando Haddad, ministro da Fazenda, anunciou que vai aumentar a faixa de isenção do Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF). A alíquota incide sobre alguns rendimentos individuais, como salários e aluguéis, e rendeu R$ 62 bilhões ao governo Lula entre janeiro e outubro de 2024 — um recorde.
Apesar da cifra chamar a atenção, seu volume em relação aos gastos federais é um traço. Ao longo de todo o ano de 2023, por exemplo, o orçamento da União foi de R$ 5,5 trilhões. Apenas R$ 58,5 bilhões vieram do imposto sobre a renda dos brasileiros. É como se, a cada R$ 100 gastos, cerca de R$ 1 fosse bancado com o IRPF.
O Imposto na renda
A cobrança do imposto na renda é feita por faixa de rendimento de cada indivíduo — e não pelo valor global. Na tabela atual, brasileiros que ganham até R$ 2.259,20 por mês estão isentos. A partir desse valor, uma alíquota diferente é aplicada para cada faixa de rendimento.
Atualmente, são cinco níveis diferentes de cobrança: 7,5% (para rendimentos entre R$ 2.259,21 e R$ 2.826,65 por mês), 15% (de R$ 2.826,66 a R$ 3.751,05 por mês), 22,5% (de R$ 3.751,06 a R$ 4.664,68 por mês) e 27,5% para valores acima de R$ 4.664,68. Essa divisão gera um cálculo complexo.
Um cidadão que ganha o salário bruto de R$ 5 mil paga R$ 335,15 de IRPF todo mês — o que corresponde a 22,5% do rendimento total.
De acordo com Haddad, em 2026, a cobrança começará a partir de R$ 5 mil. Para compensar eventuais perdas, será criado um imposto para aqueles que ganham mais de R$ 50 mil.