terça-feira, julho 2, 2024
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Governo Lula dá 10 dias para planos de saúde explicarem rescisões em massa

A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), ligada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, pediu explicações às operadoras de planos de saúde acerca de cancelamentos unilaterais de contratos ocorridos recentemente. A ação do governo Luiz Inácio Lula da Silva ocorreu nesta sexta-feira, 24.

Mais de 2 mil reclamações foram registradas apenas pelos canais federais de defesa do consumidor. Até abril, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) contabilizou 5.888 queixas por rescisão unilateral de contratos — um aumento de 31%, em relação ao mesmo período do ano anterior.

Beneficiários de planos coletivos por adesão foram particularmente afetados, muitos dos quais foram surpreendidos com a rescisão de seus contratos em um curto período. Isso ocorreu durante tratamentos contínuos, o que dificultou a busca por alternativas.

As rescisões unilaterais afetaram crianças autistas, pacientes com síndromes graves, paralisia cerebral e câncer, entre outros. Alguns necessitam de suporte respiratório ou nutrição parenteral. Uma idosa de 102 anos, por exemplo, que há 30 anos paga R$ 9,3 mil por seu plano, também teve seu contrato cancelado — decisão esta que foi revertida depois da repercussão do caso.

O impacto das rescisões dos contratos de planos de saúde

De acordo com a legislação vigente, apenas os planos individuais ou familiares não podem ser rescindidos unilateralmente e sem motivo. Os planos coletivos por adesão, geralmente vinculados a associações e sindicatos e geridos por administradoras de benefícios, são os mais impactados.

As operadoras não divulgam o número total de cancelamentos. Recentemente, a Amil comunicou que as rescisões afetam 1% de sua carteira de 3 milhões de beneficiários, o que representa cerca de 30 mil pessoas.

O Ministério Público de São Paulo investiga o cancelamento de beneficiários em tratamento. Propostas de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) estão sob análise na Assembleia Legislativa de São Paulo e na Câmara dos Deputados.

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O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) entende que pessoas em tratamento não podem ter seus contratos rescindidos. Com base nisso, juízes têm concedido liminares que mantêm os pacientes nos planos até o julgamento final.

A ofensiva do governo Lula

O governo Lula deu um prazo de dez dias para as operadoras esclarecerem as seguintes informações: o número de cancelamentos unilaterais realizados em 2023 e 2024; os motivos dos cancelamentos; quantos beneficiários afetados estavam em tratamento e necessitam de assistência contínua; quantos eram idosos ou portadores de transtornos globais de desenvolvimento; e a faixa etária dos clientes afetados.

A lei dos planos de saúde permite a portabilidade sem cumprimento de carências, mas as opções disponíveis com preços similares aos contratos cancelados são limitadas, geralmente sem reembolsos e com exigência de coparticipação.

O que dizem as operadoras

Em uma audiência pública na Câmara dos Deputados, representantes das operadoras afirmaram que as rescisões ocorrem dentro da legalidade e sem seleção de beneficiários específicos. Essa seria a última alternativa para manter a sustentabilidade financeira das empresas, alegam.

As operadoras notificadas pela Senacon incluem:

  1. Unimed Nacional
  2. Bradesco Saúde
  3. Amil
  4. SulAmérica
  5. Notre Dame Intermédica
  6. Porto Seguro Saúde
  7. Golden Cross
  8. Hapvida
  9. GEAP Saúde
  10. Assefaz
  11. Omint
  12. One Health
  13. Prevent Senior
  14. Assim Saúde
  15. MedSênior
  16. Care Plus
  17. Unidas
  18. União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde
  19. FenaSaúde
  20. Federação Nacional de Saúde Suplementar
  21. Abramge
  22. Associação Brasileira de Planos de Saúde
  23. Ameplan
  24. Associação de Assistência Médica Planejada.

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Via Revista Oeste

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