quinta-feira, janeiro 30, 2025
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‘Governo foi desastrado’, diz economista em meio à alta da inflação

A alta da inflação nos últimos meses no Brasil deverá levar a economia do país a um longo período de juros altos. Na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), nesta quarta-feira, 29, a taxa Selic terá um aumento de 1%, segundo a maioria dos especialistas. Será a primeira reunião do órgão sob o comando do novo presidente do BC, Gabriel Galípolo.

O setor de alimentação foi o que teve a maior alta de preços. Neste mês de janeiro, há uma expectativa de que a inflação tenha uma desaceleração em função de redução das tarifas de energia da usina de Itaipu.

No entanto, a alta do dólar, intensa nos últimos meses, terá um forte impacto ainda nos meses seguintes. Espera-se, para breve, uma nova alta no preço dos combustíveis. Na visão do mercado, todo esse cenário foi fortemente influenciado pelo pacote de corte de gastos anunciado no fim de novembro último.

Alguns fatores, como o anúncio da ampliação da faixa de isenção de Imposto de Renda para a faixa que recebe até R$ 5 mil por mês, aceleraram as desconfianças do mercado em relação aos cortes. Tal situação gerou expectativa de afastamento de investidores. E por conseguinte a alta do dólar, que, em dezembro, chegou a R$ 6,20.

É verdade que os investimentos diretos no país ainda foram maiores em 2024 do que em 2023. A perspectiva futura, porém, é que eles tenham redução em meio a esse cenário de potencial aumento do dólar em relação ao real.

“O cenário ainda é de bastante incerteza, porque o governo foi desastrado naquele anúncio do corte de gastos, que na verdade virou aumento de despesas”, afirma a Oeste o economista Carlos Honorato, professor da FIA Business School. Então o mercado aumentou a desconfiança [em relação à política do governo]”.

Para ele, apesar de os problemas econômicos estruturais virem de outros governos, o atual precisa exercer uma política econômica cautelosa. E os cortes dos gastos são essenciais. Dessa maneira, ele também acredita em um período de alta dos juros.

“Não significa que a gente tem que obedecer e seguir exatamente o que o mercado quer mas nesse ponto de ajuste fiscal, de controle de inflação, de taxa de juros, é alguma coisa que precisa ser bastante cuidadosa.”

Inflação dos alimentos

Em 2024, a inflação de alimentos do Brasil foi a quarta maior entre os principais países latino-americanos. O índice foi de 7,69%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A alta de alimentos e a de 9,71% da gasolina foram fundamentais para que a meta fosse quebrada. Também influenciaram na elevação dos preços a seca, as enchentes no Rio Grande do Sul e a alta do dólar. A cotação da moeda dos EUA subiu mais de 27% em 2024.

Via Revista Oeste

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