O governo dos Estados Unidos solicitou, na noite de quarta-feira, 20, a um juiz que ordenasse a venda do navegador Chrome, do Google. Isso faz parte de uma grande ofensiva antimonopólio contra o gigante da tecnologia.
O Departamento de Justiça norte-americano entrou com uma ação judicial que exige a reestruturação do negócio do Google. A ação inclui a proibição de acordos que garantem o mecanismo de busca da empresa como padrão em smartphones. Além disso, o Departamento pede que a empresa seja impedida de explorar o sistema operacional Android.
As autoridades de concorrência revelaram que, caso as medidas propostas não consigam impedir o uso do Android em benefício do Google, a empresa poderá ser forçada a vender o sistema operacional.
A possibilidade de exigir a cisão do Google marca uma mudança significativa na postura das autoridades antitruste dos Estados Unidos. Desde o fracasso da tentativa de desmantelar a Microsoft, duas décadas atrás, os gigantes da tecnologia foram amplamente deixados em paz pelas autoridades.
O Google terá de apresentar suas recomendações até dezembro, em um documento. As partes se prepararão para apresentar seus argumentos ao juiz federal Amit Mehta, em Washington. Independentemente da decisão do juiz, a empresa deverá recorrer. Isso pode prolongar o processo por anos e levar a questão à Suprema Corte.
Chegada de Trump à Presidência dos Estados Unidos pode mudar o andamento do caso
A chegada de Donald Trump à Presidência, prevista para janeiro de 2025, também pode alterar o andamento do caso. Isso ocorre porque Trump poderá nomear novos responsáveis pela divisão antimonopólio do Departamento de Justiça.
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Trump já criticou a hegemonia das grandes empresas de tecnologia, acusando o Google de ter viés contra conteúdos conservadores. No entanto, ele também afirmou que forçar a divisão da empresa seria uma exigência excessiva para o governo.
Em agosto, o juiz Mehta declarou o Google culpado de práticas ilegais para consolidar seu monopólio nas buscas on-line. O próximo passo será decidir como lidar com essas práticas. A sentença final está prevista para agosto de 2025, depois de uma audiência em abril.
Enquanto isso, o Departamento de Justiça quer que o Google se separe do Chrome, o navegador mais utilizado do mundo. Isso porque o Chrome é um dos principais acessos ao mecanismo de busca, o que prejudica a concorrência. De acordo com o site StatCounter, em setembro, o Google dominava 90% do mercado global de buscas on-line e 94% nos smartphones.