O governo do Rio Grande do Sul e a prefeitura de Porto Alegre discutem alternativas para abrigar as mais de 600 mil pessoas afetadas pelas enchentes. Enquanto a proposta da prefeitura é construir uma grande estrutura temporária, a administração de Eduardo Leite (PSDB-RS) admite que muitos dos 770 abrigos montados para socorrer a população precisarão continuar ativos nos próximos meses.
O secretário de Desenvolvimento Social do Rio Grande do Sul, Beto Fantinel, destacou o empenho em assegurar que todos tenham um lugar seguro durante a fase de reconstrução, especialmente aqueles que perderam suas casas.
“Precisamos realocar essas pessoas, então, estamos nos esforçando para que os municípios identifiquem espaços estratégicos que tenham melhores condições”, afirmou Fantinel.
Além disso, o governo considera expandir a política de aluguel social, atualmente destinada a pessoas em situação de pobreza ou extrema pobreza, para outras categorias, com o objetivo de facilitar a desmobilização dos abrigos.
Construção de novas moradias
Como parte das políticas de auxílio, o governo planeja autorizar a construção de novas moradias nas cidades mais afetadas, embora o número exato dessas residências ainda não tenha sido divulgado.
Porto Alegre, a capital mais atingida, conta atualmente com 157 abrigos que acomodam cerca de 14 mil pessoas, principalmente das regiões de Sarandi, Humaitá, Navegantes e das ilhas, a área mais baixa da cidade.
A prefeitura avalia a construção de um grande abrigo no Porto Seco, local onde ocorrem os desfiles de Carnaval, que atualmente acolhe centenas de desabrigados. No entanto, detalhes como a capacidade e a possibilidade de receber moradores de outras cidades da região metropolitana ainda estão em discussão.
Segundo a Defesa Civil, 76 mil pessoas estavam em abrigos no início da tarde desta terça-feira, 14, e outras 538 mil foram desalojadas, mas não necessitam de abrigos públicos.