O presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu o deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA) para chefiar o Ministério das Comunicações. A confirmação por parte do governo se deu na noite desta quinta-feira, 10.
A nomeação ocorreu em decorrência do pedido de demissão de Juscelino Filho, correligionário de Pedro Lucas. O agora ex-ministro foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República por envolvimento em suposto esquema de desvio de emendas parlamentares.
No Congresso, Pedro Lucas é visto como articulador nos bastidores. Embora tenha liderado bancadas, evita protagonismo em plenário, deixando a condução de matérias para outros parlamentares. Liderou o PTB de 2019 a 2021 e, atualmente, comanda a bancada do União Brasil. Mantinha relação próxima com Rodrigo Maia, ex-presidente da Câmara.
O parlamentar do Maranhão viajou ao Japão com Lula e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB).
União Brasil entre os ministérios
Pedro Lucas integrou a base do governo Jair Bolsonaro, de 2019 a 2022. Hoje, vota de acordo com as orientações do governo Lula. Embora pertença à ala do União Brasil que apoia o Planalto, mantém laços estreitos com Antônio Rueda, presidente da sigla e oposicionista declarado da gestão petista. Rueda é apontado como responsável por sua ascensão recente.
No Maranhão, o União Brasil vive uma divisão. De um lado, Pedro Lucas; de outro, Juscelino Filho. Ambos disputam protagonismo no Estado nordestino.

Crise ministerial expõe rachaduras no governo Lula
A crise ministerial que se aprofunda no governo Lula escancara o avanço do aparelhamento do Estado e a fragilidade da coalizão montada pelo Planalto.
A gestão petista cede cargos em troca de apoio parlamentar, mas não consegue estabilidade. Os partidos que compõem a base cobram mais espaço e entregam pouco. O União Brasil, maior exemplo dessa contradição, virou símbolo da tensão.
O partido foi mencionado pelo líder do Partido Liberal na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ) como relevante nas articulações pela anistia aos presos do 8 de janeiro, pauta mais temida pelo governo Lula.
Pedro Lucas tem Dino como padrinho político
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal, é tido como padrinho político de Lucas. Enquanto governador do Maranhão, o hoje magistrado deu cargo para o mais novo ministro de Estado.
Pedro Lucas foi uma espécie de secretário de Dino na administração maranhense. Ele presidiu a Agência Executiva Metropolitana, responsável por mobilidade, coleta de lixo e saneamento.
“Jovem, ele foi nomeado para esse posto quando era vereador de São Luís”, lembrou Silvio Navarro, em texto para a coluna No Ponto. “Dino é seu padrinho político no Estado, embora o pai, Pedro Fernandes, também tenha exercido mandato de deputado.”
