segunda-feira, julho 8, 2024
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Governo brasileiro propaga informações do Hamas para reclamar de Netanyahu

Itamaraty se baseia em dados do Ministério da Saúde de Gaza, órgão controlado pelo grupo terrorista, para criticar o primeiro-ministro de Israel

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva utilizou informações do grupo terrorista Hamas para criticar o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. O comunicado foi divulgado nesta sexta-feira, 1º, pelo Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty).

Em nota, o Itamaraty afirmou que é “intolerável” a situação na Faixa de Gaza. A pasta criticou o ataque das tropas israelenses que, supostamente, teriam matado mais de cem pessoas e deixado mais de 750 feridos por tiros, pisoteio ou atropelamento. Os dados são do Ministério de Saúde palestino em Gaza — órgão que é controlado pelo Hamas.

Nesta quinta-feira, 29, a imprensa internacional divulgou que Israel teria atacado uma multidão de palestinos que se reunia em torno de caminhões de ajuda alimentar. As Forças de Defesa de Israel (FDI) negam a versão e informaram que dezenas de palestinos morreram pisoteados ou atropelados na ocasião.

“O governo Netanyahu volta a mostrar, por ações e declarações, que a ação militar em Gaza não tem qualquer limite ético ou legal”, diz nota do Itamaraty, que destacou as afirmações disseminadas pelo Hamas. “E cabe à comunidade internacional dar um basta para, somente assim, evitar novas atrocidades. A cada dia de hesitação, mais inocentes morrerão.”

O Ministério das Relações Exteriores também utilizou os dados divulgados pelo Hamas para prestar solidariedade aos palestinos. O grupo terrorista informa ter mais de 30 mil mortes de civis e 1,7 milhão de palestinos deslocados forçadamente.

“Ao expressar sua solidariedade ao povo palestino, sobretudo aos familiares das vítimas”, informou o ministério. “O Brasil reafirma seu firme repúdio a toda e qualquer ação militar contra alvos civis, sobretudo aqueles ligados à prestação de ajuda humanitária e de assistência médica.”

Israel nega versão do Hamas

Alguns caminhões entraram na Faixa de Gaza, nesta quinta-feira, 29, para levar alimentos e ajuda humanitária aos palestinos.

O grupo terrorista afirma que as FDI teriam atirado contra os palestinos com o objetivo de matá-los. Israel contestou o número de mortes e informou que muitas vítimas foram atropeladas por caminhão de ajuda.

Para o canal de TV CNN, um oficial do Exército Israelense, que não quis se identificar, destacou que houve dois incidentes nesta quinta-feira. De acordo com ele, na primeira ocasião, dezenas de pessoas morreram e foram feridas enquanto tentavam receber ajuda dos caminhões e acabaram pisoteadas ou atropeladas.

O porta-voz das FDI, Daniel Hagari, reiterou que dezenas de palestinos acabaram pisoteados até a morte ou feridos durante a luta para levar suprimentos aos caminhões. Ele não mencionou o segundo incidente.

Hagari disse que tanques israelenses escoltavam os caminhões e dispararam tiros de advertência para dispersar a multidão, mas teriam recuado quando a situação perdeu o controle.

“Nenhum ataque das FDI foi conduzido contra o comboio de ajuda”, disse o porta-voz. “As FDI estavam lá conduzindo uma operação humanitária para proteger o corredor humanitário e permitir que o comboio de ajuda chegasse ao ponto de distribuição designado.”

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