A decisão do Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos (EUA), nesta quarta-feira, 12, de manter os juros no país entre 5,25% e 5,50%, apesar de esperada pelo mercado, repercutiu, como sempre, na economia do mundo inteiro. “Tudo o mundo aposta nos EUA”, afirma a Oeste o economista Osvaldo Contador Junior, especializado em Desenvolvimento de Projetos Econômicos pela Boston University.
Para os padrões norte-americanos, a taxa está em patamares altos, os mais elevados nos últimos 23 anos. O argumento do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), órgão do Fed, é o de que, apesar da inflação apresentar queda, os juros começarão a baixar quando houver “maior confiança de que a inflação evolui (diminui) de forma sustentável para 2%.”
Economias mais fortes são mais atraentes
Em geral, juros altos em economias fortes atraem os investidores mundiais. Os emergentes, como o Brasil, se veem obrigados também a manter os juros altos. No entanto, os investidores vão preferir os mercados de menor risco, como o norte-americano.
Isso torna o aumento dos juros no Brasil, por exemplo, ineficiente, porque, na competição desigual com outros mercados, acaba atraindo menos investidores.
A bolsa de valores brasileira (B3), com isso, costuma registrar maiores quedas, já que a renda variável se torna mais arriscada, e a renda fixa é, em geral, mais atraente nos mercados das economias fortalecidas.
“Os aplicadores [investidores] buscam melhores retornos, mas não somente isso”, observa Contador Junior. “Eles buscam solidez e menor risco. Não vemos no governo brasileiro planos a serem implantados a curto prazo e esse fato indica uma fuga de recursos aqui aplicados ou menos aplicações sendo realizadas.”