O Ministério das Relações Exteriores publicou um comunicado no qual condena o ataque com pagers-bombas no Líbano, na terça-feira 17. A ação teve como alvo membros do grupo terrorista Hezbollah e deixou quase 3 mil feridos e 11 mortos. O principal suspeito é o serviço de inteligência de Israel, o Mossad, que no passado já realizou operações semelhantes.
“O governo brasileiro condena a série de explosões coordenadas e simultâneas de centenas de aparelhos eletrônicos de comunicação ocorridas no Líbano, as quais resultaram na morte de ao menos nove pessoas, incluindo uma menor de idade, assim como em centenas de feridos”, disse ministério em nota.
Para o Itamaraty, tais atos conduzem a escalada significativa de tensões na região e “exacerbam” o risco de alastramento do conflito. “Demonstram, também, que, lamentavelmente, têm sido inócuos os múltiplos apelos da comunidade internacional para que atores no Oriente Médio exerçam máxima contenção”, avaliou a pasta.
Ainda no texto, o governo defendeu “o pleno respeito à soberania e à integridade territorial dos países” e o cumprimento da Resolução 1.701, do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Essa norma da organização internacional pede por respeito à Linha Azul (separação entre Israel e Líbano), desarmamento de todos as grupos terroristas no Líbano e fim do contrabando de armas na região.
Um oficial do Hezbollah definiu o ataque como “a maior violação de inteligência até agora”. De acordo com o canal saudita Al-Hadath, a “operação misteriosa” envolveu tecnologia avançada em dispositivos de comunicação. Veja imagens dos atingidos pelas explosões:
Embaixada não tem registro de feridos por ataque no Líbano
A Embaixada do Brasil avisou que não tem registro em Beirute de cidadãos brasileiros entre as vítimas. Também disse que está empenhada em prestar as orientações devidas à comunidade brasileira “na delicada situação securitária em que se encontra o Líbano”.