O governador do Piauí, Rafael Fonteles (PT), assumirá a liderança do Consórcio Nordeste na quarta-feira, 5. A cerimônia de posse ocorrerá em Brasília.
Durante o evento, Fonteles assinará um Memorando de Entendimento com o Ministério da Fazenda, com o objetivo de impulsionar a transformação ecológica na região.
O evento contará com a presença de nomes importantes do governo Lula, como Fernando Haddad, ministro da Fazenda, e Wellington Dias, ministro do Desenvolvimento Social.
A expectativa do grupo é que o acordo posicione o Nordeste como um exemplo de investimentos sustentáveis no Brasil.
O que é o Consórcio Nordeste?
O Consórcio Nordeste é uma associação formada pelos nove Estados da região Nordeste do Brasil.
Criada em 2019 pelos então governadores Flávio Dino (Maranhão), Rui Costa (Bahia) e Camilo Santana (Ceará), a iniciativa buscava “fortalecer a cooperação e o desenvolvimento regional”.
O Consórcio Nordeste recebeu o apoio de instituições graúdas, como o Banco Mundial, que integra o sistema da Organização das Nações Unidas (ONU) e empresta dinheiro a países em desenvolvimento.
Em 2022, foi revelada uma fraude do Consórcio Nordeste durante a pandemia: o grupo pagou cerca de R$ 50 milhões por respiradores que nunca recebeu.
Iniciativas similares foram classificadas como “xenofóbicas”
Na época de sua criação, a iniciativa recebeu elogios de políticos e intelectuais de esquerda. Conforme mostrou Oeste em 2023, a imprensa tradicional não qualificou os governadores da Região Nordeste de “separatistas”, “xenofóbicos” nem “racistas”.
Em 2023, no entanto, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), defendeu a criação de um consórcio de Estados do Sul e Sudeste do Brasil. A justificativa era mesma apresentada em 2019 pelos governadores de Estados do Nordeste: proteger a região de eventuais perdas econômicas.
A maneira como o Estadão divulgou a manchete da entrevista lhe rendeu uma espécie de “checagem” dos usuários do Twitter. Quem via o texto na rede social, depara com o seguinte aviso: “O título dá a entender que será um bloco que busca prejudicar o Nordeste. A intenção, porém, é defender os interesses do Sul e do Sudeste — e não criar um antagonismo com o Nordeste do Brasil”.
Na época, em uma versão inicial do texto, o Estadão informou que “Zema anuncia frente Sul-Sudeste contra o Nordeste e quer direita unida contra a esquerda”. Depois da repercussão negativa, contudo, o jornal recuou e mudou o título para “Zema anuncia frente para ‘protagonismo’ do Sul-Sudeste e quer direita unida contra a esquerda”.
O Consórcio de Integração Sul-Sudeste (Cosud) também foi criado em 2019 e realizou encontros em 2023 e 2024.