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O Google, convocou, na terça-feira (6) uma série de empresas de software de vigilância que, segundo a companhia, estavam permitindo o uso de ferramentas de hacking perigosas, além de cobrar de EUA e aliados a fazerem mais para controlar a indústria dos spywares, apontou a Reuters.
As empresas de spyware alegam que seus produtos se destinam ao uso de governos para a segurança nacional, mas descobriu-se que a tecnologia foi usada para invadir smartphones da sociedade civil, oposição política e de jornalistas na década passada.
O setor tem sido ainda mais criticado desde que o spyware Pegasus, da empresa israelita NSO, foi encontrado em smartphones de várias pessoas em todo o mundo, incluindo defensores dos direitos humanos.
Escrutínio sofrido pela indústria do spyware
- Em relatório divulgado na terça-feira (6), pesquisadores do Google alegaram que, embora a NSO seja mais conhecida, existem dezenas de empresas menores que ajudam na proliferação de tecnologia de espionagem para usos maliciosos;
- As descobertas da gigante das buscas são significativas porque a empresa tem uma das melhores visibilidades em campanhas de hackers em todo o mundo, dada a vasta gama de ofertas online que possui;
- “A demanda por parte de clientes governamentais continua forte e nossas descobertas ressaltam até que ponto os fornecedores de spyware comercial proliferaram capacidades de hacking e spyware que enfraquecem a segurança da Internet para todos”, disseram pesquisadores da equipe no relatório. “O setor privado é agora responsável por parte significativa das ferramentas mais sofisticadas que detectamos”.
Contendo a ameaça
Os Estados Unidos e vários de seus aliados comprometeram-se, no ano passado, a trabalhar para conter a indústria de software de vigilância, após vir à tona que pelo menos 50 funcionários do governo dos EUA em dez países foram alvo de spywares.
Os pesquisadores do Google fizeram, ainda, uma lista de empresas que oferecem uma gama de serviços para invadir smartphones e têm evoluído para contornar as mais recentes medidas de segurança de Apple e Google e seus sistemas operacionais, respectivamente, iOS e Android.
A lista tem nomes, como as empresas italianas Cy4Gate e RCS Labs, a grega Intellexa, a menos conhecida italiana Negg Group e a espanhola Variston. O site do Negg Group diz que a empresa está focada na segurança cibernética, mas o Google alega que o software da italiana foi usado para espionar pessoas na Itália, Malásia e Cazaquistão.
Por sua vez, a Variston criou software que infectou dispositivos via Google Chrome, Mozilla Firefox e aplicativos do iOS, segundo o Google, que apontou ainda que outra empresa, a Protected AE – também conhecida como Protect Electronic Systems – usou técnica de segmentação semelhante. As cinco empresas não responderam aos pedidos de comentários ou não foram contatadas pela Reuters.
Contraste
O relatório do Google chega um dia após os EUA anunciarem nova política de restrição de vistos para aqueles que dizem estar fazendo uso indevido de spyware comercial, permitindo restrições a indivíduos que se acredita estarem envolvidos com esta prática, bem como para aqueles que facilitam a realização destas ações e se beneficiem delas.
“Limitar a capacidade dos fornecedores de spyware de operar nos EUA ajuda a mudar a estrutura de incentivos que permitiu seu crescimento contínuo”, concluiu o Google.