sexta-feira, novembro 22, 2024
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Google banca satélites que detectam queimadas antes de saírem do controle

O Google apoia uma iniciativa que quer lançar uma constelação de satélites capazes de detectar, com ajuda de inteligência artificial (IA), pequenos focos de queimadas e incêndios florestais antes de eles se espalharem.

A constelação, chamada FireSat, é fruto da colaboração entre uma nova coalizão sem fins lucrativos chamada Earth Fire Alliance e a startup Muon Space, que projeta e opera redes de satélites, conforme divulgado pelo Google.

Já a big tech entra com:

  • Dinheiro: Quantia equivalente a R$ 72 milhões, por meio do Google.org;
  • Pesquisa: Equipe do Google Research ajuda a desenvolver a tecnologia para identificar e monitorar queimadas e incêndios.

Google acredita que constelação de satélites ajudaria combate a incêndios e queimadas

Satélites já coletam dados usados para alertar sobre grandes incêndios florestais. A aposta do Google, no caso, é que o FireSat forneça dados mais consistentes e de alta resolução. A relevância disso tem dois pontos principais:

  1. Por meio dessa tecnologia, daria para detectar chamas mais cedo do que os satélites existentes ou até mesmo as pessoas na região conseguem;
  2. Com dados mais precisos, satélites poderiam detectar focos em lugares remotos antes que o fogo chegasse a áreas mais povoadas.
Camada de fumaça de queimadas cobre o Brasil (Imagem: Reprodução/Inpe)

Imagine que se essa tecnologia já existisse e fosse amplamente usada no Brasil, governo e autoridades teriam chance maior de combater as queimadas antes de elas tomarem conta do país.

Há uma lacuna significativa entre os dados que temos disponíveis hoje e o que poderíamos ter com uma cobertura de satélite melhor. Por isso, o Google Research se uniu a um grupo de cientistas e líderes da comunidade de incêndios para desenvolver uma nova constelação de satélites

Christopher Van Arsdale, pesquisador principal do grupo de Clima e Energia do Google Research e membro do conselho da Earth Fire Alliance, em coletiva de imprensa

Como o FireSat poderia ajudar combate a queimadas e incêndios florestais

Como é hoje em dia:

  • Focos são detectados primeiro por pessoas no chão ou em aviões, geralmente;
  • Satélites que coletam dados sobre queimadas e incêndios florestais passam pelas regiões apenas algumas vezes ao dia;
  • Outra limitação é que esses satélites detectam focos só depois de eles alcançarem grandes proporções porque cobrem áreas de sete a 14 mil metros quadrados – tamanho de dois campos de futebol);
Infográfico comparando áreas que satélites vasculham atualmente e que satélites do Google vasculhariam em busca de queimadas e incêndios florestais
Comparação entre precisão de satélites atuais e da constelação FireSat para vasculhar queimadas e incêndios florestais (Imagem: Google)

O que o projeto FireSat propõe:

  • Constelação teria mais de 50 satélites dedicados exclusivamente à observação de incêndios florestais;
  • Vasculharia incêndios pelo mundo todo a cada 20 minutos;
  • Detectaria incêndios pequenos (cinco metros quadrados, que é o tamanho de uma sala de aula);
  • Usaria sensores e algoritmos personalizados para processar dados usando IA;
  • Forneceria registro global de propagação de incêndios e queimadas para pesquisadores.

Assista abaixo um vídeo (em inglês, com tradução automática para português nas legendas) sobre como IA e FireSat podem ajudar bombeiros a enfrentar incêndios e queimadas:

Próximos passos: A Muon Space planeja lançar o primeiro desses satélites no começo de 2025. Depois, a ideia é mandar três espaçonaves adicionais em 2026, o que ainda seria a primeira fase do projeto.

Contexto: Conforme a média das temperaturas aumentam e as secas se agravam, queimadas e incêndios florestais ficam mais perigosos. Isso é reflexo da ação humana combinada às mudanças climáticas (que também são consequências da mão do Homo sapiens sobre a natureza, diga-se).

Por isso, socorristas e cientistas buscam novas ferramentas para ajudar a manter as comunidades seguras contra incêndios. IA e novos satélites podem ajudar. A ver se até chegarem ao espaço ainda terá o que salvar.

Via Olhar Digital

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