Durante seu discurso na manifestação de 7 de setembro na Avenida Paulista, realizada neste sábado, o pastor Silas Malafaia afirmou que as narrativas de tentativa de golpe de Estado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foram uma “farsa” com a finalidade de justificar “perseguição política” por parte de seus opositores.
Malafaia começou sua fala respondendo às acusações da esquerda contra Bolsonaro, que envolvem supostos incidentes de roubo de joias, uso indevido de poder econômico e político — o que levou à sua ilegibilidade — e “golpe de Estado”.
“O ex-ministro [da Defesa] Nelson Jobim afirmou que não teve golpe”, disse Malafaia. “O atual ministro, José Múcio, disse que teve baderna. O PT e seus ‘puxadinhos’ causaram baderna pior do que a ocorrida no dia 8 [de janeiro] e ninguém nunca fez nada […] Não há golpe sem poder de armas. O golpe é uma farsa de Alexandre de Moraes para produzir perseguição política.”
Para o pastor, a lei não oferece base para as acusações contra Bolsonaro. Sobre Moraes, Malafaia destacou que o ministro jurou defender a Constituição brasileira.
Contudo, segundo Malafaia, Moraes desrespeita o artigo 129 da Constituição ao conduzir o inquérito das fake news, presidido pelo próprio ministro. O artigo citado pelo líder religioso afirma que o Ministério Público é o principal responsável por tais ações jurídicas.
Malafaia também citou os artigos 5º, 53 e 220 da Constituição, que asseguram a liberdade de expressão, o direito de manifestação, protegem a imunidade parlamentar e proíbem a censura. Segundo o pastor, Moraes cometeu crimes ao condenar cidadãos envolvidos no 8 de janeiro, ordenar censura nas redes sociais e suspender o Twitter/X no Brasil.
Malafaia manda recado a ministros e chama Moraes de ‘criminoso’
O pastor prosseguiu dizendo que quem defende o fechamento do STF são os apoiadores da esquerda, e não os cidadãos alinhados à direita. Ao se dirigir aos ministros, Malafaia disse que os magistrados estão prejudicando a imagem da Corte.
“Vocês, ministros, estão jogando na lata do lixo a reputação da mais alta Corte, que é o Supremo”, disse. “O STF não é uma confraria de amigos para proteger amigo criminoso.”
Malafaia também fez uma breve referência aos seus discursos anteriores, onde criticou a falta de ação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, sobre o processo de impeachment de Alexandre de Moraes.
O líder religioso classificou Moraes como “criminoso” e afirmou que o magistrado tem sangue de pessoas inocente nas mãos, referindo-se a Clezão, preso do 8 de janeiro que faleceu na Papuda. “Por essa razão, Alexandre de Moraes precisa sofrer impeachment e ir para a cadeia. Lugar de criminoso é na cadeia”.
O pastor concluiu seu discurso incentivando a manifestação do povo contra o “sistema” e criticando a repressão contra cidadãos, parlamentares e jornalistas que se opuseram à esquerda.
“Nenhum regime ditatorial no mundo foi derrubado da noite para o dia”, prosseguiu. “É uma construção. Quando o povo se levanta, não há Congresso ou Corte. Eles tem que se dobrar. Aqui é mais um tijolo, vai chegar a hora onde Alexandre de Moraes terá que prestar contas.”
Ele também afirmou esperar que a “vontade de Deus seja feita” nas vidas dos ministros do Supremo, do presidente Lula, de Pacheco e de Geraldo Alckmin.
Cobertura da manifestação
A Revista Oeste acompanha a realização da manifestação pela anistia aos presos políticos e contra a censura no país. A cobertura está, desde as 13h, ao vivo pelo canal no YouTube. Além de Tarcísio de Freitas, os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Gustavo Gayer (PL-GO), Bia Kicis (PL-DF), Nikolas Ferreira (PL-MG) e Julia Zanatta (PL-SC) já discursaram, assim como o senador Magno Malta (PL-ES).
O ex-presidente Jair Bolsonaro também discursou. Ele, que é o atual presidente de honra do Partido Liberal, foi o último a falar.