segunda-feira, novembro 18, 2024
InícioCiência e tecnologiaGolfinhos estão respirando microplásticos, mostra estudo

Golfinhos estão respirando microplásticos, mostra estudo

Partículas muito pequenas de plástico estão por toda parte – no ar, na água e em nossos próprios corpos. Nem os animais escapam dessa contaminação. Uma nova pesquisa encontrou microplásticos no ar exalado por golfinhos-nariz-de-garrafa em duas regiões dos Estados Unidos: a Baía de Sarasota, na Flórida, e a Baía de Barataria, na Louisiana.

A composição química do material liberado pela respiração dos animais foi semelhante à encontrada em pulmões humanos. Ainda não se sabe o nível de microplásticos presente no organismo dos golfinhos, nem os danos que podem estar sendo gerados.

O estudo, conduzido pela College of Charleston, foi publicado na revista PLOS One.

Microplásticos no ar dos golfinhos

  • Cientistas coletaram amostras do ar exalado por golfinhos-nariz-de-garrafa selvagens utilizando uma placa de Petri ou um espirômetro, dispositivo que mede a função pulmonar.
  • O objeto foi segurado acima do respiradouro do golfinho enquanto o animal exalava o ar.
  • Posteriormente, a amostra foi analisada em laboratório, onde pequenas partículas de plástico foram identificadas.
  • O material coletado apresentou uma composição química semelhante à que foi encontrada anteriormente em pulmões humanos.
  • A pesquisa identificou a presença de microplásticos tanto em golfinhos que vivem em áreas urbanas quanto em áreas rurais.
  • Mais estudos são necessários para compreender o nível de contaminação e a extensão dos danos nos animais marinhos.
  • A espécie de golfinho está no topo da cadeia alimentar, o que pode ajudar a entender os possíveis impactos dos poluentes no ecossistema marinho.
A amostra é coletada durante uma avaliação de saúde de golfinhos selvagens na Baía de Barataria, na Louisiana. (Todd Speakman/National Marine Mammal Foundation).

Como o microplástico pode afetar a saúde dos golfinhos?

O impacto dos microplásticos nos pulmões humanos já é conhecido pela ciência. As pequenas partículas podem causar danos aos tecidos, excesso de muco, pneumonia, bronquite, cicatrizes e, possivelmente, câncer. Além disso, sua composição química pode afetar o funcionamento do sistema reprodutivo, do coração e do cérebro.

Assim como os humanos, os golfinhos são mamíferos. Isso significa que temos muito em comum em relação à anatomia e ao funcionamento dos organismos, o que sugere que eles podem sofrer danos semelhantes aos nossos. No entanto, ainda não sabemos quais danos nem em que nível.

Por causa dessa semelhança e do fato de estarem no topo da cadeia alimentar marinha, entender como as partículas de plástico estão afetando os golfinhos pode ajudar a compreender os riscos de saúde para as pessoas que vivem perto das costas. A maneira como o microplástico os atinge é um indicativo de como a população próxima da região também pode ser impactada.

Uma microfibra de plástico encontrada na respiração exalada de um golfinho-nariz-de-garrafa – Imagem: Miranda Dziobak/College of Charleston.

O que podemos fazer para ajudar os golfinhos (e a nós mesmo)

Estima-se que existam trilhões de partículas de plástico no oceano. O material chega às águas pelo escoamento, águas residuais ou sedimentação do ar e pode ser liberado novamente no ambiente pelo movimento das ondas. A energia gerada pelas ondas provoca o estouro de bolhas de água, que liberam até 100.000 toneladas métricas de microplásticos na atmosfera.

Cientistas afirmam em um artigo publicado no The Conversation que a descoberta mostra o quão extensa é a poluição por plástico, e como outros seres vivos, incluindo os golfinhos, estão expostos a esse risco. No entanto, é possível agir para amenizar a situação.

As pessoas podem ajudar a resolver o problema da poluição por microplásticos reduzindo o uso de plástico e trabalhando para evitar que mais plástico polua os oceanos.

Trecho de artigo publicado no The Conversation

Via Olhar Digital

MAIS DO AUTOR

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui