domingo, outubro 6, 2024
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GM trabalha em sistema proprietário de direção 100% autônoma

Sete anos após lançar o Super Cruise, que permite ao motorista dirigir sem as mãos, a General Motors (GM) tenta avançar ainda mais: agora, a montadora estadunidense está trabalhando em sistema que permite que os proprietários de veículos da GM também possam tirar os olhos da estrada. A informação foi divulgada por um dos principais executivos de software da montadora ao TechCrunch.

O sistema é conhecido pela indústria como Nível 3 (L3) e são diferentes dos modelos operados pela Waymo, os L4, que não necessitam de nenhum tipo de intervenção humana. Por sua vez, o sistema L3 depende de intervenção humana, se necessário, e costumam operar em rodovias e em velocidades menores.

Contudo, esse sistema, apelidado de hands-off, eyes-off (“sem mãos, sem olhos”, em tradução livre), deixaria todas as montadoras concorrentes da GM que possuem sistemas autônomos para trás – inclusive a Tesla.

A fabricante de veículos elétricos de Elon Musk possui o já bem conhecido Autopilot. Porém, ele só automatiza parte da direção e exige que o motorista fique de olho no que está acontecendo.

Sendo assim, ele é considerado L2, nível menos avançado que o sistema que a GM busca lançar. O próprio Super Cruise, bem como o Blue Cruise, da Ford, são sistemas equivalentes ao da Tesla.

Nos Estados Unidos, apenas uma montadora oferece um sistema limitado de controle remoto. Trata-se da alemã Mercedes-Benz, com o Drive Pilot.

Super Cruise, atual sistema autônomo da GM, é de nível L2, exigindo que o condutor fique de olho na estrada (Imagem: Dmitriy Sinchenko/Shutterstock)

“O Super Cruise, eu acho, é uma solução L2 líder do setor para mãos livres, olhos atentos. Estamos buscando agressivamente fazer disso uma solução L3, onde você nem precisa mais olhar para a estrada”, informou ao TechCrunch Dave Richardson, vice-presidente sênior de engenharia de software e serviços da GM.

GM Super Cruise: de sistema L2 para sistema L3 inédito

  • O Super Cruise combina mapa LiDAR, GPS de alta precisão, câmeras e sensores de radar e sistema de atenção ao motorista, que fica de olho em quem está no volante para mantê-lo de olho na estrada;
  • Uma vez ativado no veículo, o sistema acelera ou freia para manter uma distância segura do veículo à frente, estreça o volante para manter a posição na faixa e muda automaticamente de faixa quando encara trafego lento;
  • Ele foi o primeiro sistema ADAS que deixava o usuário ficar com as mãos livres a ser disponibilizado no mercado. Porém, a GM se mostrava uma player dominante, pois limitava seu acesso;
  • Desde que foi lançado, em 2017, até 2020, o Super Cruise foi disponibilizado apenas no Cadillac CT6, podendo ser acionado umas poucas rodovias;
  • Atualmente, ele está em várias marcas da GM, como Chevrolet e GMC;
  • Até o fim do ano que vem, a ideia da montadora é liberar o Super Cruise em mais de 1,2 milhão de quilômetros de estradas nos EUA e Canadá, incluindo rodovias rurais e secundárias, responsáveis por ligar cidades e municípios menores.

Quando o novo sistema será lançado?

Apesar de já estar em produção, o novo sistema L3 da GM não tem data para ser lançado, por enquanto. Além de afirmar isso, Richardson desconversou sobre o atual estado de desenvolvimento do L3.

“Quando temos o L3, acho que isso é significativo… Acho que é uma virada de jogo”, indicou. Mas, para liberar a novidade, é preciso ter certeza de que ele está totalmente desenvolvido. Para o executivo da montadora, lançá-lo antes do tempo pode afastar os clientes.

Se você não confia muito nele, e ele te expulsa, então é meio que — a analogia que eu dou às vezes é — você está dirigindo com seu filho de 15 anos que está aprendendo a dirigir. Você realmente não confia nele, e isso quase se torna um pouco mais estressante.

Dave Richardson, vice-presidente sênior de engenharia de software e serviços da GM, em entrevista ao TechCrunch

Movimentos para avançar na tecnologia

Recentes contratações da empresa estadunidense apontam para uma intensificação de esforços para desenvolver o sistema.

Começando em dezembro, com a chegada de Anantha Kancherla, vice-presidente de Advanced Driver Assistance Systems (Sistema Avançado de Assistência ao Condutor, em tradução livre), ou ADAS, na sigla em inglês.

Kancherla quer pegar a base do Super Cruise e expandir, ou inovar, para chegar ao L3, segundo Stuart Fowle, porta-voz da montadora. Uma das medidas seria alavancar o sistema atual (via software) e aplicá-lo em outros lugares.

A exemplo, o monitoramento utilizado para garantir que o motorista esteja atento à estrada foi aplicado recentemente para desencorajar a direção distraída mesmo que o Super Cruise não esteja ativado. O recurso é chamado de assistência de direção ao motorista e foi disponibilizado aos veículos da GM há alguns meses.

Cadillac CT6 em exibição no Salão do Automóvel de Genebra (Suiça) de 2017
Durante três anos, Super Cruise foi liberado apenas no Cadillac CT6 e em poucas rodovias (Imagem: VanderWolf Images/Shutterstock)

O vice-presidente de ADAS possui muita história em tecnologia no Vale do Silício, com passagens por Meta, Microsoft e Dropbox. Além disso, ele ficou cinco anos como vice-presidente de engenharia de software na unidade de veículos autônomos da Lyft, posteriormente vendida para a Toyota.

Além de Kancherla, o próprio Richardson faz parte desse leque de contratações da empresa, focado em software e advindo de várias empresas de tecnologia do Vale do Silício. Antes da GM, Assim como Kancherla, Richardson chegou à montadora no ano passado, após 11 anos de Apple.

Via Olhar Digital

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