segunda-feira, abril 7, 2025
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GM reporta perdas bilionárias na China – entenda o motivo

Não é segredo para ninguém que os carros elétricos chineses dominam o mercado. Como mostramos aqui no Olhar Digital, as montadoras do país respondem atualmente por mais de 50% da produção global desses veículos. Elas também lideram no quesito vendas, com a Tesla cada vez mais ameaçada.

A chegada de uma montadora chinesa a um novo país representa uma dor de cabeça para as empresas já instaladas no local. A combinação de tecnologia de ponta com preços baixos é um terror para a concorrência. Concorrência que sofre no mundo todo, inclusive na própria China.

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Sabia que uma das primeiras montadoras a chegar à China foi a alemã Volkswagen? E por lá eles lideraram as vendas por quase 4 décadas. Nos últimos anos, porém, eles foram perdendo espaço. Em 2024, por exemplo, registraram uma queda de 10% nos negócios em relação ao mesmo período do ano passado.

A americana General Motors também passa por uma situação parecida – e até mais emblemática. Em comunicado divulgado nesta quarta-feira (4), a companhia disse que vai sofrer um impacto de mais de US$ 5 bilhões em seus lucros. O motivo? Terá de reestruturar suas operações na China, que têm perdido dinheiro devido à queda acentuada nas vendas de carros no país.

A GM na China

  • A montadora opera na China desde 1997, quando formou uma joint venture com a estatal local SAIC Motor.
  • A parceria rendeu bons frutos para a empresa americana – até por que a China é o país que mais compra carros no mundo.
  • Nos últimos anos, porém, o negócio perdeu participação de mercado para fabricantes chineses que investiram pesado em modelos elétricos e híbridos.
  • Os chamados eletrificados passaram a representar mais da metade de todos os veículos vendidos na China.
Cadillac Vistiq
A GM é a maior montadora americana, mas vem perdendo espaço no mercado chinês (ah, e esse na imagem é o Cadillac VISTIQ) – Imagem: General Motors/Reprodução
  • Em um documento divulgado agora, a GM informou que a joint venture vai receber menos investimentos.
  • Ao mesmo tempo, a operação no país oriental passará por uma reestruturação.
  • O custo disso tudo será de aproximadamente US$ 5 bilhões!
  • A decisão foi tomada diante dos péssimos números registrados em 2024.
  • Nos primeiros nove meses do ano, a GM perdeu US$ 347 milhões em suas operações chinesas.
  • As vendas no país caíram quase 20% nesse período.
  • A GM, que chegou a ter 15% de participação no mercado chinês em 2015, passou para 8,6% em 2023 e para apenas 6,8% em 2024.
  • O anúncio indica que a GM não espera que suas operações chinesas se recuperem em breve.

Não está fácil para ninguém

Nós já citamos aqui a Volks e a GM, mas a verdade é que quase todas as montadoras estrangeiras passam pela mesma situação por lá. E isso inclui empresas europeias, japonesas e sul-coreanas.

A Ford, por exemplo, vem trabalhando para simplificar e reorganizar sua joint venture chinesa há um bom tempo. A empresa gastou US$ 881 milhões reestruturando o negócio nos primeiros nove meses do ano.

A companhia americana ainda ocupa a posição de sexta maior montadora do mundo. O posto, no entanto, deve passar para a chinesa BYD já no início de 2025.

Logo da BYD na fachada de uma loja e na grade de um carro
A BYD caminha para se tornar uma das maiores montadoras do mundo (e não somente de EVs) – Imagem: Alf Ribeiro/Shutterstock

A BYD também está cada vez mais próxima de ultrapassar a Tesla como a maior produtora mundial de carros elétricos. Isso mesmo com as tarifas impostas por vários países do Ocidente.

O domínio chinês não parece ter data para acabar.

As informações são do jornal The New York Times.

Via Olhar Digital

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