O analista político e editor-chefe da Americas Quarterly, Brian Winter, disse que o jornal GloboNews é “irresponsável” por abrir uma discussão sobre a veracidade do ataque político violento sofrido pelo candidato à Presidência dos Estados Unidos pelo Partido Republicano, Donald Trump, no fim de semana.
Donald Trump foi atingido de raspão na orelha durante um comício em Butler, na Pensilvânia, no último sábado, 13. O republicano discursava aos apoiadores quando foi alvo de disparos. Precisou ser jogado no chão por agentes do Serviço Secreto. Uma pessoa morreu e outras duas ficaram feridas.
Comentaristas da GloboNews debatiam o incidente no programa da manhã desta segunda-feira, 15. O marqueteiro político Amauri Chamorro, que integra a campanha do deputado Tarcísio Motta (Psol) à Prefeitura do Rio de Janeiro, levantou suspeitas de que o atentado poderia ter sido um “teatro perfeito”.
“A situação é bem complexa”, disse. “É difícil eu afirmar se houve ou não o atentado, que aquilo foi inventado. A gente tem um morto e pessoas feridas. Mas a gente sabe a capacidade dos Estados Unidos em criar fatos, apesar de que esses fatos possam custar a vida de pessoas.”
Amauri chegou a citar o caso do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que levou uma facada durante a campanha presidencial de 2017. “O caso é o contrário. A facada ajudou ele [sic] a desaparecer. O desastre dele nas intervenções, como por exemplo, nos debates, foi muito favorecido pelo suposto atentado que ele sofreu”, declarou.
“Agora, o Donald Trump, imagina ele aparecer sem sequer um band-aid na orelha para mostrar que ele é praticamente invencível, ao contrário do outro que diz ser ‘imbrochável’”, analisou o marqueteiro político.
Intervenção em comentário sobre atentado de Donald Trump na GloboNews
Ainda durante sua fala na GloboNews, Amauri Chamorro fez uma comparação entre os atentados sofridos pelo ex-presidente da República Jair Bolsonaro e o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump.
“Agora, o que a gente precisa entender é a diferença do espetáculo que consegue ser, de alguma maneira, orquestrado”, afirmou. É impressionante a assertividade das fotografias que saíram a partir do atentado, o gesto do presidente Donald Trump, a atuação do Serviço Secreto, inclusive, é muito estranha.”
O comentarista destacou que o Serviço Secreto dos EUA está sendo “muito questionado, não só quanto à segurança do presidente, mas na sua retirada do presidente do palco. É um teatro perfeito, digamos.”
Nesse momento, Brian Winter intervém no discurso. Afirmou ser “irresponsável falar desse atentado hoje (ontem) como se fosse uma armação, não acho digno de um veículo de qualidade como a GloboNews.”
“Surpreende-me isso em um veículo como a Globonews”, iniciou. “Não é o dia para fazer isso. Acho que é mais um dia para analisar o impacto político, mas, por favor, não é o dia para esse tipo de especulação ridícula.”