Mais de duas décadas depois do primeiro filme, a sequência de Gladiador estreou nos cinemas em novembro. O longa foi dirigido novamente por Ridley Scott, que trouxe uma história que se passa na Roma Antiga e conta com diversos personagens históricos.
Já sabemos que o filme original trazia figuras histórias como Marcus Aurelius, imperador romano, seu filho Commodus e sua filha Lucilla, que também participa da continuação recém lançada. Enquanto isso, o protagonista Maximus, vivido por Russell Crowe, era totalmente ficcional, baseado nos generais romanos e nos gladiadores da época.
Mas, além de ter alguns personagens baseados em figuras reais, e outros totalmente inventados, o que mais é real e o que é ficção na sequência de filmes? Confira abaixo na matéria!
O que é real e ficção na franquia Gladiador?
A sequência, que estreou nos cinemas no último dia 14, passa-se 25 anos após a história do primeiro, acompanhando a jornada de Lucius (Paul Mescal), filho de Maximus (Russell Crowe) e Lucila (Connie Nielsen), depois de sua família ser assassinada e o personagem tornar-se um gladiador.
O filme traz um pano de fundo histórico real, mesclado com eventos e personagens fictícios. Veja alguns dos fatos e adaptações que o longa trouxe para as telonas.
Inundação do Coliseu
Pode parecer ficção, mas a cena é baseada em eventos reais, realizados em lagos e piscinas artificiais da Roma Antiga. Esses espetáculos eram chamados de naumaquias, no qual navios de guerra simulavam batalhas de grande proporção. Neles, gladiadores profissionais se enfrentavam sobre as águas.
Contudo, para tornar o confronto ainda mais emocionante, o diretor optou por recriar a batalha com tubarões nas águas do Coliseu.
Animais usados em combate
Naquela época, animais selvagens eram usados como alguns dos oponentes mais variados que os gladiadores podiam encontrar nas arenas. Esse fato também já tinha sido mostrado no primeiro filme dos anos 2000, como algo corriqueiro na Roma Antiga.
Animais como leões e tigres eram colocados para duelar com os lutadores e, apesar de ser menos comuns, os rinocerontes também eram usados nos eventos, assim como crocodilos, para tornar as disputas mais violentas e grandiosas.
Mestre de cerimônias do Coliseu
Matt Lucas aparece em Gladiador 2 como Mestre de Cerimônias do Coliseu, para chamar atenção do público para as próximas atrações. Esse papel realmente existiu na vida real, como função de receber e entreter os convidados mais nobres do local. Porém, não fica claro se a pessoa designada para o papel também anunciava as batalhas.
Macaco cônsul
Nesse caso, não há sinais de que Caracalla tenha realmente transformado seu macaco de estimação em cônsul ou até mesmo de que o animal tenha existido. Mas, a cena de Gladiador 2 foi baseada em uma história real sobre o Imperador Calígula, que queria transformar seu cavalo Incitatus em um nobre do império.
A invasão da Numídia ocorreu em momento diferente
Logo no começo da sequência recém lançada, o espectador vê a Numídia sendo invadida pelas forças do General Acacius (Pedro Pascal). Porém, esse é um evento anacrônico no contexto do filme, uma vez que, apesar de real, ele aconteceu séculos antes do que foi mostrado no cinema.
Para ser fiel nesse sentido, o filme teria que apresentar a Numídia como um assentamento romano relativamente pacificado, que poderia servir ainda como o esconderijo de Lucius. Contudo, seria bastante improvável que ele virasse um escravo após uma grande batalha.
Vida social dos gladiadores
No primeiro filme, Maximus conquista fama e influência em suas batalhas e decisões na arena. Porém, na vida real a vida dos gladiadores não era assim, já que os guerreiros do Coliseu eram vistos quase como escória por parte da população, que os via apenas como entretenimento.
O gesto do Imperador
Essa é uma das marcas mais icônicas de Gladiador, e não é totalmente fiel à história. No longa, a decisão das batalhas está nas mãos do Imperador, Cômodo, que levanta ou abaixa o polegar para indicar o final da luta, simbolizando clemência ou morte.
A decisão do editor muneris (o “árbitro” da luta, que também pode ser um Senador ou outro tipo político) e o símbolo são históricos, mas a ideia do polegar baixado para simbolizar a morte é uma dramatização para o filme, com inspiração na pintura “Pollice Verso”, de Jean-Léon Gérôme. Nela, o público pede a morte de um gladiador caído usando o polegar para baixo.