O general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), afirmou que escolheu os integrantes de sua equipe “por competência”. Ao ser questionado pela defesa durante oitiva no Supremo Tribunal Federal (STF), o militar rejeitou a acusação de politização do órgão. Segundo ele, “não havia clima para pregações políticas”.
General Heleno respondeu apenas às perguntas de seu advogado. Como réu, ele tem direito de ficar em silêncio no interrogatório ou de responder apenas às perguntas que julgar convenientes.
No depoimento, Heleno rebateu a acusação de que seria o líder do gabinete de transição com o objetivo de preparar um suposto plano golpista. A acusação se refere ao período posterior à implementação do chamado “plano nacional verde e amarelo”.
Heleno nega intenção sobre suposto golpe
Ainda durante o depoimento, o general negou ter participado da elaboração de qualquer estratégia para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Diante da pergunta sobre eventual ligação com os atos de 8 de janeiro, Heleno foi direto: “Nenhuma”.
General Heleno comenta suposto afastamento de Bolsonaro
Na sequência, ele comentou o ambiente político depois da filiação do ex-presidente Jair Bolsonaro ao Partido Liberal (PL). A defesa tenta demonstrar que Heleno não participou de eventuais articulações para uma suposta tentativa de golpe.
O militar se recusou a chamar de “afastamento” a queda de frequência no gabinete presidencial. “Isso está sendo deturpado”, declarou o ex-ministro. “Passei a ir menos ao gabinete do presidente a partir da filiação de Bolsonaro ao PL porque ele estava sempre cercado por muitas pessoas.”
Por fim, Heleno reiterou que o gabinete “continuava franqueado” a ele.