O general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, é esperado nesta sexta-feira (1º) para depor à Polícia Federal sobre a suposta trama golpista envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e militares.
A oitiva está prevista para o período da tarde; o horário exato não foi divulgado até o momento.
Freire Gomes estava na Espanha, onde moram os familiares, mas providenciou retorno ao Brasil para prestar os esclarecimentos à PF.
Interlocutores dizem que o general está disposto a responder todos os questionamentos dos investigadores.
Um relatório da PF aponta que Freire Gomes não aderiu à ideia de uma tentativa de golpe de Estado e foi chamado de “cagão” pelo general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil, e vice de Bolsonaro na disputa pela reeleição.
Em depoimento à PF na semana passada, o general Estevam Theophilo Gaspar de Oliveira confirmou que se reuniu com Bolsonaro em 9 de dezembro de 2022 a pedido do então comandante Freire Gomes.
A PF aponta que, nesse encontro, no Palácio da Alvorada, teria sido discutido um plano de golpe de Estado.
Teophilo, na época à frente do Comando de Operações Terrestres (Coter), seria o responsável por acionar militares das Forças Especiais, os chamados “kids pretos”, para garantir a concretização do golpe, caso isso fosse decidido.
Aliados de Freire Gomes minimizam o depoimento de Teophilo e afirmam que nenhum general se reúne com o presidente da República sem conhecimento do comandante da Força.
Já bolsonaristas afirmam que o Exército está agindo para blindar Freire Gomes nas investigações sobre a tentativa de golpe.
Marco Antônio Freire Gomes nasceu em 31 de julho de 1957, na cidade de Pirassununga, no interior de São Paulo. É filho do coronel de Cavalaria do Exército Francisco Valdir Gomes.
Foi estudante dos colégios militares do Rio de Janeiro e de Fortaleza. Ingressou na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em Resende (RJ), no ano de 1977. Se formou em 1980, sendo declarado aspirante a oficial da Cavalaria.
Como oficial, foi:
- chefe da Divisão de Operações e da Divisão de Inteligência do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- chefe do Serviço Militar Regional do Comando da 11ª Região Militar, em Brasília;
- adido militar de Defesa e do Exército junto à Embaixada do Brasil na Espanha;
- chefe da Seção de Doutrina e Assistente da 3ª Subchefia do Estado-Maior do Exército, em Brasília;
- oficial do Estado-Maior Conjunto do Ministério da Defesa.
No generalato, esteve nos cargos de comandante da Brigada de Operações Especiais e do Comando de Operações Especiais, em Goiânia; 1º Subchefe do Comando de Operações Terrestres (Coter), em Brasília; comandante da 10ª Região Militar, em Fortaleza; secretário-executivo do GSI; comandante militar do Nordeste, em Recife; e comandante de Operações Terrestres, em Brasília.
Entre março e dezembro de 2022, Freire Gomes foi comandante do Exército Brasileiro.
*Publicado por Douglas Porto, com informações de Jussara Soares
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