Em 2019, pesquisadores de Stanford criaram um gel que, quando aplicado em vegetações, era capaz de barrar o fogo. Recentemente, a equipe descobriu que sua aplicação ainda pode ir muito além, protegendo também edifícios e outras estruturas de madeira durante incêndios florestais por mais tempo que as demais opções atuais.
Entenda:
- Um gel criado em Stanford pode proteger edifícios e outras estruturas de madeira durante incêndios florestais;
- A substância – que mistura propriedades de hidrogéis e aerogéis – pode ser pulverizada sobre as superfícies e, ao entrar em contato com a chama, vira uma espuma porosa que dispersa o calor;
- Testes mostraram que o gel pode resistir a uma chama direta por mais de sete minutos;
- Após os incêndios, a substância ainda pode ser facilmente lavada e decomposta por micróbios do solo;
- Um estudo foi publicado na Advanced Materials.
Como descreve a equipe em um artigo publicado na Advanced Materials, o avanço das capacidades do gel foi possível graças à aplicação em spray, pulverizando-o sobre superfícies. Ao entrar em contato com a chama, a substância assume uma forma de espuma porosa que consegue dispersar o calor mesmo após a água evaporar.
Gel pode combater incêndios por mais de 7 minutos
Uma das opções de aerogéis disponíveis no mercado testados pela equipe parou de funcionar menos de 90 segundos após a aplicação. O novo material, como apontam os pesquisadores, mostrou a capacidade de resistir a uma chama direta por mais de sete minutos.
“Géis tradicionais não funcionam quando secam. Nossos materiais formam esse aerogel de sílica quando expostos ao fogo, que continua a proteger os substratos tratados depois que toda a água evapora, e esses materiais podem ser facilmente lavados quando o fogo se apaga”, diz Eric Appel, autor sênior do estudo, em comunicado.
Appel também destaca que, após a lavagem, o gel pode ser facilmente decomposto por micróbios presentes no solo. “Eles são seguros tanto para as pessoas quanto para o meio ambiente. Pode ser necessário haver otimização adicional, mas minha esperança é que possamos fazer a aplicação e avaliação em escala piloto desses géis e usá-los para ajudar a proteger a infraestrutura crítica quando um incêndio acontecer.”