A invasão da Ucrânia pela Rússia impactou negativamente o setor de gás russo. A estatal Gazprom, por exemplo, teve prejuízo de US$ 6,9 bilhões em 2023. Trata-se de uma mudança significativa, pois em 2022 o lucro foi de US$ 13 bilhões. É o primeiro prejuízo da empresa desde 1999.
Em 2023, o faturamento total da Gazprom caiu 40%, em comparação com 2022 — ano em que os preços do gás atingiram um pico por causa da guerra. A Europa ainda estava dependente do gás russo. Essa dependência se baseava fortemente na relação positiva entre a Rússia e a Alemanha.
O governo de Vladimir Putin está preocupado, pois os relatórios públicos da Gazprom mostram que as perdas podem ser ainda maiores em 2024 e 2025.
A empresa contribui com aproximadamente 10% do Orçamento federal russo por meio dos impostos, das taxas e das licenças.
A Europa representava 40% do mercado de gás da Rússia antes da guerra
Antes da guerra, a Europa representava 40% do mercado de gás russo. Com o conflito, os países europeus buscaram fontes alternativas, principalmente gás natural liquefeito do Golfo Pérsico.
A União Europeia não proibiu a compra do gás da Rússia, mas tentou limitá-la. “Há uma tempestade formada em várias frentes contra a Gazprom”, comentou a analista de energia Tatiana Stoinova, da Rússia, em comunicado.
O aumento da produção de gás pelos líderes mundiais, Estados Unidos e Catar, também contribuiu para a queda do lucro da Gazprom. Os preços globais, que haviam aumentado por causa dos efeitos da guerra, caíram e agora estão estáveis.
Diferentemente do petróleo, que apenas mudou de rota para o Oriente, o gás requer uma infraestrutura custosa e de implementação lenta. Com isso, Moscou volta seus olhos para a China, sua parceira foi reafirmada na recente visita de Vladimir Putin à China.