Um debate acalorado sobre o direito ao aborto marcou o segundo dia da Cúpula do G7, na Itália, na quinta-feira 13. Joe Biden, Emmanuel Macron, Olaf Scholz e Justin Trudeau, líderes dos Estados Unidos, França, Alemanha e Canadá, respectivamente, tentaram inserir o tema no documento final da cúpula, mas enfrentaram resistência da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni. O encerramento do encontro será nesta sexta-feira, 14.
Meloni, que é contrária ao aborto, exigiu que a menção fosse removida do texto. Em sua biografia, ela relata que sua mãe quase interrompeu a gravidez quando estava grávida dela. A líder investe em políticas públicas sobre o assunto. Em abril, o governo italiano permitiu que grupos antiaborto tentem convencer mulheres a não abortar .
Pressão dos diplomatas
No ano passado, o documento final do encontro do G7 defendia o direito ao aborto “seguro e legal”. Neste ano, a insistência de Meloni para excluir a expressão levou a uma alteração no texto. Segundo autoridades ouvidas pela agência Reuters e pelo The Washington Post, diplomatas norte-americanos, franceses, canadenses e alemães pressionaram para que a frase fosse mantida.
De acordo com o jornal, Biden, que busca a reeleição nos EUA e defende o aborto em sua campanha, ameaçou não assinar o documento se a menção não fosse incluída. Um diplomata informou à Reuters que Meloni não cederia nessa questão, o que resultou na remoção da expressão.