O volume de energia elétrica furtada no Brasil, em 2023, bateu recorde e ultrapassou a produção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará. Enquanto a usina gera 4.418 MW médios, a energia furtada somou 4.655 MW médios. O levantamento da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) foi divulgado na segunda-feira 10, pelo jornal Folha de S.Paulo.
Se fosse considerada uma usina, a “usina gato” seria a segunda maior do Brasil. Esses “gatos” representam 60% do fornecimento da Itaipu ao mercado brasileiro. Os dados da Abradee tiveram como base informações da Aneel.
O Amazonas lidera em perdas não técnicas, com a energia elétrica furtada que supera a cobrada, representando 117,8% do total fornecido. No Sudeste, o Rio de Janeiro aparece com 11,27 milhões de MWh furtados em 2023, seguido por São Paulo, com 6,98 milhões de MWh. A região somou 20 milhões de MWh de energia furtada. Entre 2012 e 2022, as perdas não técnicas no Sudeste representaram 46,04% do total nacional.
Furto de energia elétrica cresceu 20% em 2023
A quantidade de energia furtada em 2023 chegou a 40,78 TWh, 20% a mais que os 34,15 TWh de 2022. Em 15 anos, o total acumulado supera 500 TWh. A Região Norte é a mais afetada, com quase metade (46,2%) da energia de baixa tensão fornecida sendo furtada em 2023.
O furto de energia ocorre quando há uma ligação clandestina para desviar a eletricidade sem pagar as concessionárias. Essa prática ilegal sobrecarrega as redes elétricas, aumenta a conta de luz e pode causar curtos-circuitos ou incêndios.
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“Os consumidores mais pobres são mais impactados pelo aumento da conta de luz”, informou a Abradee, em nota. “Que tem, entre outros fatores, o peso dos altos índices de furto de energia registrados sobretudo em alguns Estados do país.”
Furtar energia elétrica é crime previsto no artigo 155 do Código Penal, com pena de um a quatro anos de reclusão. Segundo a Abradee, as distribuidoras “não são capazes de reduzir o furto de energia sozinhas em áreas de alta periculosidade”. Um levantamento de maio de 2023 mostrou que, no Rio de Janeiro, áreas dominadas pela milícia são as mais afetadas.