segunda-feira, julho 8, 2024
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Fuga de Mossoró completa um mês: veja o que o Ministério da Justiça já fez para tentar recapturar criminosos

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, tem trabalhado em medidas para encontrar os dois criminosos que conseguiram fugir da penitenciária federal de segurança máxima em Mossoró (RN). Entre as ações, estão o uso de drones, helicópteros e cães farejadores.

Nesta quinta-feira (14), completa um mês de caçada aos fugitivos Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça.

Nesse período, a Polícia Federal (PF) já cumpriu dez mandados de busca e apreensão. Sete suspeitos de colaborarem com os fugitivos foram presos. Os agentes também apreenderam dois veículos.

Lewandowski está de volta a Brasília após conferir pessoalmente o trabalho das forças policiais na tentativa de recapturar os dois fugitivos.

Na quarta-feira (13), o ministro se reuniu com as coordenações das forças policiais que atuam na operação. Segundo Lewandowski, há indícios concretos de que os fugitivos ainda se encontram na região de Mossoró.

“Temos aproximadamente 500 pessoas envolvidas nas buscas pelos fugitivos. Nossos esforços e energia também para a proteção da população local até para que ela nos informe o paradeiro dos dois fugitivos. Não podemos deixar a população desamparada, o que justifica o número de agentes que temos aqui”, disse o ministro.

Na tentativa de capturar os criminosos, cerca de 500 agentes das forças de segurança federais e estaduais trabalham ininterruptamente para tentar localizar os criminosos. Os policiais foram divididos em dois grupos: diurno e noturno.

O Ministério da Justiça autorizou o emprego da Força Nacional. Foram enviados 100 homens e 20 viaturas para a região.

Além disso, foi montada uma força-tarefa pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) para monitorar as estradas da região. O trabalho também está sendo realizado em todo o território, que é composto por matas, zonas rurais e áreas de grutas.

A PRF utiliza um helicóptero para sobrevoar um raio de 250 quilômetros, que é a distância do presídio para Natal, capital do estado.

Houve também um reforço na matilha de cães farejadores para auxiliar os agentes na captura dos foragidos. A medida foi tomada porque os investigadores acreditam que os criminosos ainda estejam no perímetro estipulado pelos agentes.

“Eles estão cercados. A convicção que temos até o momento é que eles continuam no perímetro”, afirmou Lewandowski.

Para ajudar no reconhecimento dos criminosos, a PF fez simulações de possíveis aparências e disfarces dos fugitivos.

Nas imagens, realizadas no Instituto Nacional de Identificação (INI), em Brasília, eles aparecem com óculos e bonés, além de outras roupas.

As projeções de crescimento de cabelo, barba e uso de disfarces foram elaboradas por papiloscopistas do setor de Representação Facial Humana.

O Ministério da Justiça também anunciou uma recompensa, de R$ 15 mil para cada foragido, para quem tiver informações que levem à recaptura dos dois fugitivos.

A recompensa será paga em dinheiro com verba federal, pela Polícia Federal. Se as informações passadas levarem à prisão dos dois suspeitos, a recompensa pode chegar a R$ 30 mil.

Dois números foram divulgados para quem tiver “informações que levem à captura”, o disque denúncia 181 e o WhatsApp (84) 98132-6057.

Também é possível fazer denúncias pelo aplicativo Segurança Cidadã e o e-mail da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Rio Grande do Norte.

Por determinação de Lewandowski, algumas medidas foram tomadas no sistema penitenciário brasileiro após a fuga dos criminosos em Mossoró:

  1. Intervenção na penitenciária federal em Mossoró, com o afastamento do diretor da unidade, no próprio dia 14 de fevereiro (data da fuga), e dos servidores responsáveis pelas divisões de Inteligência, de Segurança e Administrativa.
  2. Criação do Comitê Multidisciplinar da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen) com o objetivo de fiscalizar periodicamente as estruturas físicas e os equipamentos utilizados pelas cinco penitenciárias federais;
  3. Aumento do nível de segurança nas cinco unidades do Sistema Penitenciário Federal;
  4. Revistas diárias em todas as celas, pátios de sol e parlatórios nas cinco penitenciárias federais, com elaboração de relatórios semanais à direção de cada unidade;
  5. Determinação para substituição imediata das câmeras de videomonitoramento inoperantes e/ou com especificações não recomendadas das cinco unidades penais federais; implementação do sistema de circuito fechado de televisão; aquisição de câmeras de videomonitoramento e de câmeras térmicas; instalação de cercas elétricas em todo o perímetro; reforço da estrutura das luminárias no interior das celas, de forma que impossibilite ou dificulte a sua retirada pelos internos;
  6. Convocação de policiais penais federais excedentes do último concurso para a Senappen;
  7. Envio de equipes da Polícia Penal Federal para reforçar a segurança da penitenciária federal em Mossoró, bem como para contribuir nas buscas aos fugitivos; e emprego da Força Nacional, com o trabalho de 111 agentes e 22 viaturas na ação de buscas;
  8. Suspensão de movimentação ordinária de presos; e providências para inspeção in loco nas cinco penitenciárias federais, para “laudo técnico de inspeção predial” de todas as estruturas;
  9. A Senappen realizou, entre 1º e 3 de março, rodízio de 23 presos entre as penitenciárias federais, para garantir o enfraquecimento das lideranças do crime organizado. O rodízio visa impedir articulações das organizações criminosas nos estabelecimentos de segurança máxima.
  10. O MJSP abriu processo por “desrespeito a determinações contratuais” contra a Construtora Dantas, responsável pela reforma no pátio do presídio federal de Mossoró. A construtora cuidava do canteiro de obras da reforma no pátio do banho de sol; e envio de ofício para a PF, Receita Federal e CGU solicitando investigações sobre a empresa R7 Facilities, contratada para obras de manutenção na penitenciária.

Via CNN

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