De acordo com informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a frente fria de ar seco irá afastar as áreas de instabilidade em algumas regiões do Sul do Brasil e provocar tempestades e geadas. A previsão foi divulgada na terça-feira 16.
Os próximos dias serão ensolarados, mas as noites e madrugadas devem ser de tempo frio. Durante as tardes, as temperaturas podem ficar um pouco altas.
O Inmet alerta que, devido ao ar seco predominante e noites mais longas, as temperaturas podem cair rapidamente à noite, com mínimas previstas abaixo de 5°C, podendo chegar perto de zero em áreas de baixadas serranas.
Nas partes mais altas da serra e do planalto, entre os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, além do extremo sul do Paraná, há previsão de geada fraca nas madrugadas dos dias 18, 19 e 20 de abril.
Até as 15h da terça-feira, as estações meteorológicas do instituto no Rio Grande do Sul registraram altos acumulados de chuva. Em Santiago, foram registrados 128 milímetros (mm), em São Luiz Gonzaga a estação marcou 100 mm e, em Caçapava do Sul, o acumulado foi de 93,8 mm.
Frente Fria marca aproximação do La Niña
Ainda segundo o Inmet, desde o início de abril, houve um resfriamento significativo das Temperaturas da Superfície do Mar (TSMs), chegando nos últimos cinco dias a valores próximos a 0,5ºC acima da média na região conhecida como Niño 3.4, que é usada para definir o evento.
Esse valor marca o início da fase neutra do oceano. Antes disso, as TSMs já estavam em declínio constante no Pacífico Equatorial, caindo de 1,5ºC para 1,2ºC acima da média entre fevereiro e março de 2024.
Alguns locais da região, como a costa oeste da América do Sul, já apresentam temperaturas mais baixas que o normal. A persistência e expansão dessas áreas frias em direção ao centro do oceano favorecem a formação do fenômeno La Niña, esperado para o segundo semestre deste ano.
O La Niña é caracterizado pela queda da temperatura da superfície do Oceano Pacífico Tropical Central e Oriental. De acordo com o instituto, é provável que entre junho, julho e agosto — ou seja, durante o inverno — o Brasil já esteja sob os efeitos desse fenômeno.
A intensidade do La Niña ainda não pode ser confirmada, mas geralmente causa impactos como chuvas acima da média nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. Já na Região Sul e parte do Centro-Oeste e Sudeste, a chuva pode ser irregular, aumentando os riscos de seca ou estiagem, especialmente durante a primavera e o verão.