A polícia da França prendeu um homem russo por suspeita de planejar atos para desestabilizar a Olimpíada, informou o escritório do promotor de Paris nesta quarta-feira, 24, poucos dias antes do início oficial dos Jogos.
O homem, de 40 anos, foi preso depois de uma busca em sua residência, solicitada pelo Ministério do Interior francês. Segundo o comunicado, as evidências encontradas sugerem a intenção de organizar eventos que poderiam “desestabilizar” os Jogos Olímpicos.
Os “eventos” que faziam parte do planejamento do russo não foram detalhados, mas, em entrevista a uma rádio francesa, o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, afirmou que o suspeito é acusado de planejar atos de desestabilização que poderiam incluir desinformação ou outros tipos de ataques.
As relações entre França e Rússia têm se deteriorado nos últimos meses, especialmente pelas críticas do presidente francês, Emmanuel Macron, à invasão da Ucrânia por Moscou.
Autoridades francesas têm repetidamente sinalizado suspeitas de campanhas de desinformação da Rússia. Moscou, por sua vez, prendeu um pesquisador francês sob acusações de espionagem.
O suspeito foi colocado em detenção preventiva e, de acordo com o comunicado, pode enfrentar até 30 anos de prisão. A embaixada russa em Paris afirmou que não recebeu notificação oficial sobre a prisão. “Pedimos proativamente esclarecimentos. Buscaremos uma reação”, disse a embaixada em comunicado.
Os Jogos Olímpicos terão início nesta sexta-feira, 26, com uma cerimônia de abertura ao longo do Rio Sena.
A França implementou a maior operação de segurança de sua história para proteger o evento, que ocorre em um contexto de conflitos na Rússia e em Israel.
Suspeito preso pela França poderia estar ligado a serviço russo
O jornal Le Monde informou que um documento encontrado com o homem revela que ele poderia estar ligado a uma unidade em operação sob o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB).
No mês passado, a polícia francesa prendeu um homem ucraniano-russo de 26 anos depois de ele se explodir com materiais explosivos em um hotel ao norte de Paris. Ele estava sob investigação da agência de espionagem doméstica da França por suspeita de envolvimento em uma conspiração terrorista.