sexta-feira, novembro 22, 2024
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‘França está nos braços da extrema esquerda’, lamenta Bardella

O líder do Reagrupamento Nacional (RN), Jordan Bardella, reconheceu que o seu partido, de direita, não será maioria na Assembleia Nacional da França. Em discurso, lamentou o desfecho do processo eleitoral do país. Os franceses foram às urnas neste domingo, 7, para votar no segundo turno das eleições parlamentares — que só ocorreram pelo fato de o presidente Emmanuel Macron dissolver o Parlamento, em junho.

Diante das projeções de boca de urna indicarem o RN apenas como a terceira maior força na nova composição da Assembleia Nacional, Bardella se manifestou. Ele agradeceu os apoiadores. Mas externou a indignação com a guinada ainda mais à esquerda no Poder Legislativo local.

“Gostaria de agradecer aos eleitores do RN e aos seus aliados, pela constância, pela serenidade diante das caricaturas”, afirmou Bardella, em postagem no Twitter/X. “Infelizmente, a aliança de desonra entre Macron e Mélenchon esta noite atira a França nos braços da extrema esquerda.”

Candidato a presidente da França em três ocasiões, Jean-Luc Mélenchon militou durante anos pelo Partido Socialista. Em 2016, ele fundou um movimento político para chamar de seu, intitulado A França Insubmissa. Para o processo eleitoral deste ano, tornou-se o líder da coalização de extrema esquerda chamada Nova Frente Popular (NFP). Além da legenda dele, a aliança conta com outros partidos “progressistas”.

A boca de urna indica a NFP como a responsável por formar o maior bloco na Assembleia Nacional. A coalização deverá conquistar de 170 a 192 cadeiras no Parlamento francês. Assim, apesar do resultado, ficará sem conquistar a maioria absoluta — 289, das 577.

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Dessa forma, sem maioria absoluta, a definição de quem será o próximo primeiro-ministro francês deverá passar por negociações. O Juntos, coalização de centro-esquerda de Macron, deve acabar o segundo turno com a segunda maior bancada, com a conquista de 150 a 170 assentos.

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Conforme as projeções iniciais, o RN deverá eleger de 132 a 152 deputados. Assim, o partido de direita será o terceiro maior bloco na Assembleia Nacional da França.

O segundo turno provocou reviravolta. No primeiro, no último fim de semana, o RN havia sido o partido mais bem votado. A sigla de direita teve cerca de 30% dos votos. Dessa forma, conquistou diretamente 37 cadeiras.

A mudança ocorre em razão do sistema eleitoral francês e de acordo entre a centro-esquerda de Macron e a extrema esquerda de Mélenchon. No processo do país, que tem um deputado por cada distrito, a eleição se define apenas no primeiro turno quando alguém conquista mais de 50% dos votos.

Emmanuel Macron eleições legislativas
Emmanuel Macron deverá nomear um novo primeiro-ministro da França | Foto: Reprodução/Instagram

Para impedir o avanço da direita neste segundo turno, Juntos e NFP abriram mãos de candidatos com menores possibilidades de êxito junto aos eleitores. Conforme o acerto para unir forças, o objetivo seria atuar contra o RN.

Independentemente de como se dará a coalização para a composição de governo, uma nova eleição para o Parlamento da França só poderá ocorrer daqui a um ano. Aliado de Macron, o atual primeiro-ministro Gabriel Attal já avisou: vai deixar o cargo em decorrência do resultado favorável à extrema esquerda.



Via Revista Oeste

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