Contrariando seus aliados ocidentais, a França manifestou apoio ao Tribunal Penal Internacional (TPI) no pedido de prisão do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, do ministro da Defesa, Yoav Gallant, além de líderes do grupo terrorista Hamas. Enquanto isso, Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido expressaram críticas à medida.
Em comunicado, Ministério das Relações Exteriores da França afirmou: “Em relação a Israel, será responsabilidade da Câmara de Pré-Julgamento do Tribunal [TPI] decidir sobre a emissão dos mandados, após a análise das evidências apresentadas pelo procurador para sustentar as acusações”.
O ministério também reiterou o apoio francês ao órgão e ao que chamou de “luta contra a impunidade”.
Acusações do TPI e reações
Netanyahu, Gallant e os terroristas do Hamas foram acusados pelo procurador-chefe do TPI, Karim Khan, de cometer crimes de guerra e contra a humanidade durante o ataque de 7 de outubro a Israel e na subsequente invasão de Gaza. Autoridades israelenses e do grupo palestino condenaram a decisão. Eles afirmaram que os mandados deveriam ser aplicados apenas ao adversário.
Em uma entrevista à CNN, o ministro da Defesa de Israel criticou o procurador do TPI por comparar Israel ao Hamas e classificou a atitude como “desprezível”. O Hamas, por sua vez, solicitou que os mandados se limitassem aos israelenses.
Resposta internacional
O presidente dos EUA, Joe Biden, classificou a medida do tribunal como “ultrajante” e declarou que, independentemente das sugestões do procurador, “não existe equivalência – absolutamente nenhuma – entre Israel e o Hamas”.
Washington, assim como Israel, não reconhece a jurisdição do TPI, e mesmo países membros do órgão judicial internacional criticaram a tentativa de equiparar as autoridades israelenses ao grupo palestino.
Já o Ministério Federal dos Negócios Estrangeiros da Alemanha declarou que a decisão “criou uma impressão equivocada” ao comparar Israel ao Hamas.
“[Os líderes do Hamas] são culpados por um massacre bárbaro em que homens, mulheres e crianças foram assassinados, violados e sequestrados em Israel, em 7 de outubro, de forma extremamente brutal”, destacou nota do ministério alemão.