Cientistas da Universidade McGill, no Canadá, usaram um modelo de fotossíntese artificial para transformar dióxido de carbono e metano – dois dos gases de efeito estufa mais destrutivos – em produtos químicos que, posteriormente, podem ser usados para a fabricação de combustíveis.
Entenda:
- Cientistas canadenses usaram um modelo de fotossíntese artificial para transformar CO2 e metano em monóxido de carbono e metanol verde;
- O processo usa nitreto de ouro, paládio e gálio como catalisador, e converte os gases com a exposição à luz solar;
- O metanol verde emite até 95% menos CO2 do que combustíveis convencionais, e o monóxido de carbono é amplamente utilizado em pesquisas médicas;
- A pesquisa foi publicada na Nature Communications.
No novo processo, a equipe usou nitreto de ouro, paládio e gálio como catalisador para converter o CO2 e o metano em monóxido de carbono e metanol verde através de uma transformação química que ocorre quando os gases são expostos à luz solar. Um artigo foi publicado na Nature Communications.
Como descreve a equipe no artigo, ainda que o metanol verde tenha algumas desvantagens (como alta inflamabilidade), ele emite cerca de 60 a 95% menos CO2 do que os combustíveis convencionais. O monóxido de carbono, por sua vez, é amplamente utilizado em pesquisas médicas no tratamento de inflamações, lesões pulmonares e outros quadros de saúde.
“Ao aproveitar a energia abundante do sol, podemos essencialmente reciclar dois gases de efeito estufa em produtos úteis. O processo funciona em temperatura ambiente e não requer o calor alto ou produtos químicos agressivos usados em outras reações químicas”, explica Chao-Jun Li, autor principal do artigo, em comunicado.
Apesar de os produtos usados para catalisar o CO2 e o metano não serem baratos, a equipe destaca sua potência para a impulsionar a reação química da fotossíntese artificial. “Essa inovação oferece um caminho promissor em direção à meta do Canadá de zerar as emissões líquidas até 2050, e transforma um desafio ambiental em uma oportunidade para um futuro mais sustentável”, completa Jing-Tan Han, coautor do estudo.