Pela primeira vez desde 2011, quando Fukushima, no Japão, foi atingida por um forte terremoto seguido por tsunami, foram reveladas imagens mostrando a situação do reator da usina nuclear. As fotos foram tiradas por drones após várias tentativas fracassadas de chegar até o local.
Leia mais
Autoridades querem limpar usina nuclear de Fukushima
No total, são 12 imagens que mostram os danos provocados no reator número 1 da usina nuclear de Fukushima, o mais afetado pela tragédia. Elas foram divulgadas pela Tokyo Electric Power (Tepco), que opera os trabalhos no local.
Anteriormente, robôs foram utilizados para tentar chegar até a área e analisar a dimensão dos estragos. No entanto, os equipamentos não conseguiram concluir a missão. Por isso, pequenos drones foram empregados no trabalho, finalizado nos últimos dias.
Cerca de 880 toneladas de combustível nuclear derretido altamente radioativo permanecem dentro dos três reatores danificados. A Tepco busca mais informações sobre a localização exata e condição dos materiais para analisar uma possível operação de remoção.
As fotos divulgadas são coloridas e de alta definição. Elas mostram objetos marrons com várias formas e tamanhos pendurados em vários locais. Partes do mecanismo de acionamento da haste de controle, que controla a reação nuclear em cadeia, e outros equipamentos ligados ao núcleo foram deslocados pela força do tremor.
Funcionários da Tokyo Electric Power afirmaram que não conseguiram concluir pelas imagens se os pedaços pendurados eram combustível derretido ou outros equipamentos destruídos. Além disso, não é possível saber o nível de radiação no interior do local. Os drones não carregavam dosímetros para fazer esta medição porque tinham que ser leves e manobráveis.
As câmeras também não conseguiram capturar imagens do fundo do núcleo do reator, em parte por causa da escuridão do vaso de contenção, disseram as autoridades.
De acordo com a Tepco, o tempo necessário para limpar totalmente a usina varia de 30 a 40 anos. Especialistas, no entanto, afirmam que a falta de informações precisas sobre o interior do local fazem desta previsão muito excessivamente otimista. As informações são da Tech Xplore.
Despejo da água radioativa gera polêmicas
- Além da limpeza da usina, autoridades japonesas estão promovendo o processo de liberação no Oceano Pacífico da água radioativa tratada de Fukushima.
- A ação causa uma série de discussões sobre questões de segurança.
- Recentemente, os trabalhos foram suspensos após um terremoto de 5,8 graus de magnitude atingir a região.
- A Tepco disse que o tremor não provocou mais danos à instalação, mas a situação aumentou os temores em relação à usina.
- Em fevereiro deste ano, uma falha nas operações de manutenção na usina nuclear causou o vazamento de cerca de 5,5 toneladas de água radioativa.
- Apesar do incidente, as autoridades japonesas afirmam que não houve contaminação do ambiente externo.
- Já no final de outubro do ano passado, dois funcionários que atuavam no local foram hospitalizados após terem contato com o material radioativo.
- Eles não sofreram lesões e a Tokyo Electric Power anunciou o reforço na segurança das operações.
- O início da liberação da água radioativa aconteceu no dia 24 de agosto de 2023.
- O material será descartado no oceano de forma gradual – no máximo 500 mil litros por dia – por meio de uma tubulação subaquática de um quilômetro.
- O procedimento conta com o aval da Agência Internacional de Energia Nuclear.
- As autoridades japonesas garantem que o despejo é seguro, uma vez que a água, suficiente para encher 500 piscinas olímpicas e usada para resfriar as barras de combustível da usina de Fukushima, destruída após ser atingida por uma tsunami e um terremoto em 2011, foi totalmente tratada.
- No entanto, países como a China condenam o plano japonês.
- Os chineses, inclusive, anunciaram a proibição da importação de frutos do mar do país vizinho sob a justificativa de contaminação dos produtos.