O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump foi retirado rapidamente do palco por agentes do Serviço Secreto americano durante um comício em Butler, Pensilvânia, no sábado, 13. Um atentado a tiros provocou a morte de um espectador e deixou duas pessoas gravemente feridas, segundo autoridades.
O fotógrafo veterano do jornal The New York Times Doug Mills estava próximo ao ex-presidente republicano quando os disparos começaram.
“Foi um comício muito padrão e típico”, disse Mills. “A multidão estava animada o dia todo. Donald J. Trump chegou acenando para a multidão, como em qualquer outro comício que ele faz. Havia um grupo de fotógrafos, talvez quatro de nós, que estávamos na área de segurança a poucos metros do ex-presidente.”
Mills relatou que ouviu três ou quatro estrondos, que inicialmente pensou terem sido provocados por um carro.
“A última coisa em que pensei foi em tiros”, afirmou o fotógrafo. “Continuei tirando fotos. Ele se abaixou atrás do púlpito, e eu pensei: ‘Meu Deus, algo aconteceu.’ Então todos os agentes começaram a correr para o palco e basicamente o cobriram completamente.”
O fotógrafo também descreveu a rápida ação dos contra-snipers do Serviço Secreto. “Primeiro alguém disse: ‘Senhor, senhor, senhor’”, relatou. “Com isso, os contra-snipers, também membros do Serviço Secreto, que raramente vemos a menos que estejam em um telhado ou algo assim, apareceram do nada e estavam no palco com rifles automáticos.”
Trump se levantou e ergueu o punho no ar, mas estava visivelmente abalado. “Eu pensei: ‘Ele está vivo, ele está vivo’”, disse.
“Eu podia ver sangue em seu rosto”, acrescentou. “Continuei tirando fotos. Por mais resistente que ele parecesse naquela imagem com o punho erguido de forma desafiadora, no próximo quadro que tirei, ele parecia completamente esgotado. Muito, muito chocado.”
Depois de descer do palco, Trump foi escoltado pelos agentes até um veículo. “Quando ele desceu os degraus, o Serviço Secreto o cobriu completamente com um manto de pessoas e o levaram até seu SUV”, relatou Mills.
O ambiente no local do comício ficou caótico, com pessoas gritando e a área sendo evacuada rapidamente.
“Eu me virei e vi pessoas gritando e ouvi que alguém havia sido baleado na multidão”, afirmou. “Eles nos mantiveram na tenda normal de espera do Trump por cerca de 30 minutos. Quando saímos, vimos o campo cheio de lixo, garrafas plásticas, celulares, uma cadeira de rodas motorizada abandonada.”
Fotógrafo diz que atentado a Trump foi “experiência aterrorizante”
Mills, que cobre eleições desde 1983, descreveu o episódio como uma das experiências mais aterrorizantes de sua carreira.
“Sempre temi estar nessa situação”, afirmou. “Sempre me perguntei o que faria nessa situação. Espero conseguir a foto certa. Espero não ser baleado.”
“A princípio, pensei imediatamente: ‘Será que posso ser baleado?’”, acrescentou. “Foi assustador. Nunca estive em uma cena mais horrível. Por mais que eu tenha coberto presidentes por 35 a 40 anos, não é algo que eu gostaria de testemunhar.”