Uma orelha de macaco de 6 milhões de anos pode indicar que o processo de evolução do bipedalismo humano – deslocamento sobre os dois membros posteriores – aconteceu em três etapas. O estudo do fóssil foi realizado por um grupo de cientistas e publicado na revista The Innovation em 29 de janeiro.
Entenda:
- Um estudo publicado na The Innovation indica que a evolução dos primatas ao bipedalismo aconteceu em três etapas;
- Cientistas analisaram o sistema vestibular com 6 milhões de anos de um macaco da espécie Lufengpithecus, do Leste Asiático;
- Tomografias tridimensionais foram utilizadas para comparar o ouvido interno do Lufengpithecus aos de outras espécies de macacos e ancestrais humanos;
- O estudo indica que, além de se balançar em árvores utilizando os braços, o Lufengpithecus também se movia pelo chão com os quatro membros, semelhante ao último ancestral comum dos macacos e humanos.
A descoberta foi feita após uma análise do sistema vestibular – responsável pelo equilíbrio do corpo – de um macaco Lufengpithecus, espécie do Leste Asiático. Os cientistas utilizaram tomografias tridimensionais do ouvido interno de um crânio fossilizado, comparando aos formatos de outras espécies de macacos vivos e extintos e ancestrais humanos da África, Europa e Ásia.
O que foi descoberto no fóssil
Como explica Terry Harrison, supervisor do estudo e antropólogo da Universidade de Nova York, à Popular Science, as primeiras espécies de macacos se locomoviam pelas árvores apenas com os braços. O Lufengpithecus, por sua vez, além de se balançar em galhos como seus antecessores, também tinha a capacidade de utilizar os quatro membros para andar pelo chão.
A maneira como o Lufengpithecus se movia era muito semelhante à do último ancestral comum dos macacos e humanos, e, como indica o estudo, foi a partir dessa mistura de movimentos que ocorreu a evolução até o bipedalismo humano.
“Mesmo que os humanos tenham gerado o bipedalismo durante a sua história evolutiva, viemos de um grupo de primatas muito incomuns que desenvolveram formas únicas de se movimentar no seu ambiente”, disse Harrison. “Então somos uma raridade.”