Em entrevista exclusiva à CNN nesta segunda-feira (25), um dos jornalistas do New York Times que revelaram a estadia de Jair Bolsonaro (PL) na embaixada da Hungria após apreensão de seu passaporte, Jack Nicas, afirmou que a hospedagem do ex-presidente foi vista com estranheza.
“O que eu posso dizer é que minha fonte dentro da embaixada acha bem estranho que o ex-presidente dormiu lá”, disse.
Segundo a reportagem, Bolsonaro chegou à embaixada no dia 12 de fevereiro e deixou local no dia 14. A apreensão de seu passaporte havia sido feita pela Polícia Federal (PF) no dia 8 do mesmo mês.
Embora ainda não se saiba qual o motivo da visita, há a hipótese de que possa se tratar de uma busca de refúgio diante das investigações criminais que envolvem o ex-mandatário.
Neste caso, o ex-presidente não poderia ser preso estando em uma embaixada estrangeira, porque a área está legalmente fora do alcance das autoridades nacionais.
A partir de sua apuração com outros diplomaras, Nicas disse que “não é muito comum para um líder mundial, como o ex-presidente do Brasil, dormir dentro de uma embaixada”.
“Só posso dizer que existiu um plano para ter o ex-presidente na embaixada, mas eu não posso dizer qual foi o motivo. Só posso dizer o que aconteceu dentro do contexto das investigações da Polícia Federal”, acrescentou o jornalista.
Em nota divulgada à imprensa na tarde de hoje, a defesa de Bolsonaro confirmou a estadia, mas disse que se tratava de uma oportunidade de “manter contato com autoridades do país amigo”.
“Nos dias em que esteve hospedado na embaixada magiar, a convite, o ex-presidente brasileiro conversou com inúmeras autoridades do país amigo atualizando os cenários políticos das duas nações”, diz outro trecho do comunicado.
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