O Fundo Monetário Internacional (FMI) projetou, nesta quarta-feira, 23, um cenário negativo para as contas públicas do Brasil. O temor do órgão cresceu por causa da imprevisibilidade fiscal do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Com cenário incerto, o FMI argumentou que as contas devem ter um superávit primário somente a partir de 2027.
Durante o terceiro mandato do petista, as previsões do FMI mostraram um crescimento de mais de 10% no peso da dívida pública do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. Além disso, reduziram as chances de o governo conseguir entregar uma administração financeiramente organizada até o fim de 2026.
As projeções do FMI também mostraram que o atual governo deve finalizar a gestão com a dívida pública em 94,7% do PIB. Em 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro deixou o governo com dívida em 83,9%.
Caso a previsão seja concretizada, haverá uma piora de 10,8% no indicador. Trata-se de um dado que investidores utilizam para decidir se vão injetar recursos em determinados países.
As expectativas fiscais do FMI também marcariam o pior momento econômico do país desde 2020. Na ocasião, o mundo todo sofreu com consequência da pandemia da covid-19.
FMI atesta piora da economia do Brasil
As projeções do FMI apareceram no relatório Monitor Fiscal. As reuniões anuais do fundo ocorrem durante esta semana, em Washington.
O órgão relatou que a piora deve ocorrer gradualmente. A expectativa é que o governo Lula termine 2024 com a dívida em 87,6% do PIB — ante os 86,7% projetados em abril. No próximo ano, o indicador deve chegar a 92%.
De acordo com as previsões do FMI para 2024, a dívida do Brasil só perde para os seguintes países: China, Egito, Ucrânia, Bahrein e Argentina.