segunda-feira, setembro 30, 2024
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Flow perde mais de 100 mil inscritos depois de debate

O Flow Podcast, pioneiro no formato mesacast no Brasil, perdeu cerca de 110 mil inscritos no YouTube depois de promover o debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, na última segunda-feira, 23. Os dados são da plataforma Social Blade, que monitora estatísticas de redes sociais.

O canal ganhou 70 mil inscritos na segunda-feira, mas perdeu 60 mil inscritos no dia seguinte, 30 mil na quarta-feira, 10 mil na quinta-feira e outros 10 mil na sexta-feira. Assim, o saldo foi negativo: 40 mil inscritos a menos.

O debate foi marcado pela expulsão do candidato Pablo Marçal (PRTB) durante suas considerações finais. Na ocasião, Marçal usou parte do tempo para criticar o atual prefeito paulistano, Ricardo Nunes (MDB). O empresário e influenciador digital disse que a Polícia Federal prenderia o emedebista por suposta participação em um esquema de desvio de verbas destinadas a creches municipais.

O mediador do debate do Flow, Carlos Tramontina, advertiu Marçal em duas ocasiões pelo mesmo motivo. Na terceira, anunciou a expulsão do candidato do PRTB. “O senhor está expulso por decisão do apresentador”, disse Tramontina, em terceira pessoa.

Depois do anúncio da expulsão, as equipes de campanha de Pablo Marçal e de Ricardo Nunes se envolveram em uma confusão, com direito a um soco de Nahuel Medina, assessor de Marçal, no rosto de Duda Lima, marqueteiro de Nunes.

Tramontina foi acusado de parcialidade

O Flow Podcast foi acusado de parcialidade por Marçal e seus seguidores. Durante o debate, o candidato José Luiz Datena (PSDB) infringiu as regras combinadas, mas pôde prosseguir com sua fala até o final.

No caso de Marçal, no entanto, por ser a última participação dos candidatos, Tramontina optou por interromper, em vez de deixá-lo concluir o raciocínio.

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A situação provocou uma onda de críticas na internet. “Nunca imaginei ver uma parcialidade dessa magnitude no Flow“, diz um dos comentários mais curtidos na transmissão ao vivo do debate. “Debate vergonhoso e parcial”, comentou outro.

“A imparcialidade do Flow me levou a cancelar a inscrição, 400 mil custou esta imparcialidade, saiu dos cofres públicos”, denuncia um terceiro.

O comentário se refere à denúncia de Marçal de que o Flow Podcast recebeu verba de publicidade da Prefeitura de São Paulo, chefiada pelo candidato Ricardo Nunes. “Fico me perguntando, o que o Flow tem que receber de R$ 474 mil de dinheiro público?”

A equipe do Flow diz que investigou o assunto pelo Portal da Transparência da Prefeitura de São Paulo e identificou dois pagamentos a uma empresa chamada Flow Mídia e Publicidade LTDA, que totalizavam R$ 474.999,62. O grupo afirma, porém, que essa empresa “não faz e nunca fez parte do Grupo Flow”.

Foto do podcast Flow entrevistando Lula
Lula em entrevista ao podcast Flow | Foto: Divulgação/Estúdios Flow

A empresa em questão tem sede em Brasília (DF) e tem como sócio Wladimir Lenin Santos Araujo. Segundo o jornal Estado de S. Paulo, Araujo não tem nenhuma empresa em comum com Igor Coelho, proprietário do Grupo Flow.

Durante sabatina promovida pelo Metrópoles, Marçal também acusou o Flow de manipular o sorteio de candidatos que fazem perguntas durante o debate. “Não faz sentido, em um debate, um sorteio sair três vezes eu com a Marina [Helena, do Novo]“, afirmou. “Isso é improvável na matemática.”

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Em nota, o Flow afirmou que as alegações “são completamente infundadas” e prejudicam a “reputação construída com dedicação, transparência e ética” do grupo. O debate é o sexto vídeo mais assistido da história do canal, à frente de entrevistas com nomes como Eduardo Bolsonaro, Ronaldo Fenômeno, Delegado da Cunha e o próprio Pablo Marçal.

Tramontina comanda dois programas no canal Flow: Tramonta News e Portas Abertas, além de participações no Flow News. O jornalista trabalhou por mais de 40 anos na Globo, à frente dos principais noticiários de São Paulo, como o Bom Dia São Paulo e o SPTV 2ª Edição.

Leia a nota do Flow na íntegra

Repudiamos as declarações feitas pelo candidato Pablo Marçal, que acusam o Grupo Flow de parcialidade, manipulação e recebimento de verbas da Prefeitura de São Paulo. Essas alegações são completamente infundadas e atentam contra a nossa reputação construída com dedicação, transparência e ética.

Reafirmamos que não recebemos nenhuma verba da Prefeitura. Investigamos o assunto e constatamos, no Portal da Transparência da Prefeitura de São Paulo, dois pagamentos em 2023 totalizando o valor de R$474.999,62 para a empresa Flow Mídia e Publicidade LTDA, empresa que não faz e nunca fez parte do Grupo Flow.

Realizamos o debate de maneira independente e inédita, com o objetivo de servir ao interesse público, informando os eleitores da cidade de São Paulo sobre as propostas dos principais candidatos da corrida eleitoral. Reafirmamos que nosso compromisso é com a verdade e o diálogo.

Via Revista Oeste

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