O governo da Finlândia anunciou que vai fechar completamente a fronteira terrestre com a Rússia nesta quinta-feira, 30. A medida tem como objetivo evitar que refugiados continuem a chegar ao país através do território russo.
O fechamento de toda a fronteira está previsto para ficar em vigor até 13 de dezembro.
Em coletiva de imprensa, o primeiro-ministro finlandês, Petteri Orpo, declarou que o fechamento do posto fronteiriço Raja-Jooseppi, o único dos oito que permanecia aberto, é uma medida “necessária e proporcional”.
“Não podemos aceitar as atividades de interferência da Rússia”, disse.
A fronteira terrestre entre Rússia e Finlândia é a mais longa da União Europeia, com 1.340 quilômetros. Com a decisão, solicitar asilo no país nórdico só será possível pelos portos e aeroportos internacionais.
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Motivo do fechamento da fronteira terrestre
Helsinki acusa Moscou de enviar deliberadamente aos postos de passagem cidadãos da África e do Oriente Médio, como Iraque, Síria, Iêmen, Turquia e Somália, aos quais permite a passagem sem os documentos necessários.
O presidente finlandês, Sauli Niinistö, ressaltou que o fluxo de migrantes seria uma retaliação do Kremlim ao ingresso da Finlândia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Moscou nega e afirma que as passagens de fronteira estão sendo usadas apenas por pessoas autorizadas.
De acordo com as autoridades de imigração finlandesas, cerca de 900 pedidos de refúgio chegaram à Finlândia vindos do território russo somente em novembro, índice 30 vezes maior do que a média, apesar do fechamento de sete dos oito postos fronteiriços nos últimos dez dias.
“A questão não é o número de refugiados que chegam, mas as razões de sua chegada”, declarou a ministra do Interior finlandesa, Mari Rantanen.
Ela disse que o fechamento total da fronteira não é uma questão de política de asilo ou de imigração, mas de segurança nacional.
Mari afirmou que o governo finlandês está preparado para que Moscou continue e até intensifique sua interferência externa, apesar do fechamento da fronteira.