Isabela Tibcherani, filha de Paulo Cupertino, disse que seu pai a manteve presa por oito meses dentro de casa ao saber de seu relacionamento com o ator Rafael Miguel. Ela deu a declaração em depoimento no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo, em 10 de outubro. A afirmação só se tornou pública nesta semana.
Em junho de 2019, Cupertino matou com 13 tiros Rafael e os pais do ator, João Miguel e Miriam Selma. O motivo do crime foi o ciúmes que sentia da filha. Durante o testemunho, Isabela também descreveu a violência de seu pai, que a agredia fisicamente.
A mãe de Isabela, Vanessa Tibcherani, foi a primeira a depor. Ela recordou episódios de violência doméstica sofridos durante o casamento com Cupertino.
O controle de Cupertino sobre a filha
Isabela, com 18 anos na época, relatou que Cupertino dizia que ela apenas poderia namorar depois dos 30 anos e com sua permissão.
Segundo ela, o pai também a deixou sem acesso ao celular ou qualquer contato com o mundo exterior. Isabela ainda disse que ele zombava de seu namoro.
O #CidadeAlerta tem acesso ao depoimento de Isabela Tibcherani, filha de Paulo Cupertino, em que ela conta com detalhes o que aconteceu no dia do crime que vitimou Rafael Miguel e os pais dele, Miriam e João: “Vi o Rafa caído sobre a mãe dele”, conta pic.twitter.com/J9fXFdNEhp
— Cidade Alerta (@cidadealerta) October 11, 2024
A jovem também descreveu o dia do crime, quando Rafael e os pais do ator foram mortos. “Eu já estava dentro de casa e ouvi meu pai dizer: ‘Conversar, nada’”, relatou. “A partir daí, ouvi disparos. Foram muitos. Me agachei, com as mãos nos ouvidos, gritava: ‘Não, não, não’.”
Suspensão do julgamento e acusações contra cúmplices
Cupertino, que está preso preventivamente, foi retirado do plenário durante o depoimento da filha, a pedido dela. Ele demitiu seu advogado, o que levou à suspensão do julgamento. Eduardo Machado e Wanderley Senhora, amigos de Cupertino, também são réus no processo, acusados de ajudá-lo a fugir.
O caso continua em destaque, aguardando novos desdobramentos no julgamento de Cupertino e de seus cúmplices.
Com a data do novo julgamento ainda a ser definida, o Ministério Público manifestou interesse em que Vanessa e Isabela compareçam novamente para depor, embora não sejam obrigadas a isso.