sábado, novembro 23, 2024
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Fenômeno raro com as cores do arco-íris é visto em planeta

Um grupo de astrônomos detectou em um exoplaneta distante um fenômeno meteorológico que consiste em anéis circulares que exibem as cores do arco-íris. O fenômeno conhecido como glória é raro de ser visto aqui na Terra e detectá-lo em um mundo tão distante é surpreendente.

  • As glórias se originam a partir da difração da luz ao passar entre as gotículas de água;
  • O fenômeno recebe esse nome porque os círculos coloridos se parecem com os halos ao redor da cabeça de representações de santos no período medieval;
  • Geralmente, elas só podem ser vistas quando se olha para a sombra de uma altura significativa.

Detectar esse fenômeno em outro planeta não é uma coisa exatamente nova. Em 2014, astrônomos da Agência Espacial Europeia (ESA) observaram uma glória em meio às nuvens de Vênus. Mas o exoplaneta no qual a glória foi detectada agora, o WASP-76b, faz nosso vizinho até mesmo parecer hospitaleiro. 

  • O WASP-76b está localizado a cerca de 640 anos-luz de distância da Terra;
  • Ele está muito perto de sua estrela, sendo quase certo que ele é travado pelas marés, ou seja, enquanto a um lado é dia perpetuamente, ou outro é noite;
  • Por causa da proximidade, o lado diurno do planeta é extremamente quente, atingindo temperaturas de 2400 graus Celsius e até mesmo chovendo ferro.
Comparação entre as glórias vistas na Terra (direita) e em Vênus (esquerda). A diferença do tamanho dos aneis é porque as gotículas em nosso vizinho são menores (Crédito: C. Wilson/P. Lavan)

Será que é uma glória?

Observações feitas a partir do Satélite de Caracterização de ExOplanetas (Cheops), da ESA, os astrônomos encontraram um padrão de luz muito estranho. À medida que o WASP-76b transitava pela estrela, foi detectada uma assimetria em uma das suas bordas. Durante o trânsito, foi percebido uma entrada mais brilhante que a saída.

Outros telescópios, como o Hubble e o Spitzer, foram apontados para o WASP-76b, mas eles não conseguiram identificar do que se tratava a anomalia. No entanto, na pesquisa publicada na Astronomy & Astrophysics, com ajuda de observações feitas pelo Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS) ao longo de três anos, foi possível identificar que a luz na borda entre o dia e a noite do planeta era provavelmente uma glória.

Apesar de inicialmente existirem outras hipóteses, evidências inconsistentes derrubaram essas outras possibilidades. No entanto, mais investigações ainda precisam ser realizadas para confirmar que se trata de uma glória.

Os pesquisadores ainda não sabem ao certo o que causou o fenômeno, visto que a água ainda foi identificada no planeta. No entanto, outros 20 átomos, partículas e íons que já foram detectados poderiam ser responsáveis pela formação da glória, inclusive a chuva de ferro. Apesar disso, os astrônomos acreditam que a formação se dá em um cenário mais complexo.

Representação artistica da chuva de ferro no lado escuro do WASP-76b (Crédito: ESO/Martin Kornmesser)
Representação artística da chuva de ferro no lado escuro do WASP-76b (Crédito: ESO/Martin Kornmesser)

Independente de qual partícula está causando o fenômeno, o fato dele ter persistido em mais de três anos, implica que a temperatura do WASP-76b é relativamente estável, pelo menos na alta atmosfera.

Via Olhar Digital

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