Nas águas de Massachusetts, algo intrigante foi descoberto por pesquisadores: uma fêmea grávida de tubarão-sardo (Lamna nasus) foi comida por um predador que, como a equipe logo descobriria, também era um tubarão – mas de uma espécie muito maior. Esse foi o primeiro caso de predação de um tubarão-sardo na história.
Entenda:
- Uma fêmea grávida de tubarão-sardo foi devorada por um predador em Massachusetts;
- A descoberta inédita veio graças a um rastreador que foi aplicado ao animal em 2020 e apareceu misteriosamente nas Bermudas;
- Com os dados coletados pelo rastreador, dois possíveis suspeitos foram apontados: o tubarão-branco e o tubarão-mako;
- No fim das contas, o tubarão-branco foi revelado como o predador mais provável;
- Os pesquisadores responsáveis pela descoberta explicam que o evento é preocupante, dada a lenta taxa de reprodução do tubarão-sardo.
Em 2020, a equipe começou a aplicar rastreadores via satélite nos tubarões-sardo. A ideia era usar os dispositivos para monitorar a movimentação da espécie, coletando dados de comportamento em seu habitat – e, entre os animais que receberam o transmissor, estava a mamãe tubarão de 2,2 metros de comprimento.
Canibalismo de fêmea grávida de tubarão é preocupante
Os pesquisadores só descobriram que a tubarão grávida foi comida quando o rastreador foi excretado e liberado para a superfície do oceano nas Bermudas. Como a temperatura da água registrada no dispositivo indicava um predador de sangue quente, foram apontados dois principais suspeitos: o tubarão-branco e o tubarão-mako – os únicos grandes o suficiente para cometerem o ato de canibalismo.
No fim das contas, os dados acabaram revelando o tubarão-branco como o culpado mais provável. Como a equipe explica ao IFLScience e em um estudo publicado na Frontiers In Marine Science, o evento é preocupante, considerando que o tubarão-sardo possui uma taxa de reprodução relativamente lenta.
“A coisa mais fascinante (e mais preocupante) sobre essa descoberta é que o tubarão-sardo que foi comido estava prenhe. Em um instante, a população não só perdeu uma fêmea reprodutiva, mas também todos os seus filhotes em desenvolvimento. Esses são dois estágios críticos da vida que precisam ser protegidos, e parece que a predação é outra fonte de mortalidade que era praticamente desconhecida até este ponto”, diz Brooke Anderson, autora principal do estudo.