A Federação Paulista de Futebol (FPF) proibiu a presença da Mancha Alvi Verde nos estádios de São Paulo a partir desta quarta-feira, 30. A portaria tem prazo indeterminado e é consequência da emboscada da maior torcida organizada do Palmeiras contra torcedores do Cruzeiro que aconteceu no domingo 27.
Com a decisão, a FPF atende a uma recomendação do Ministério Público do Estado.
A Mancha Alvi Verde comunicou ao jornal O Estado de S. Paulo que não vai se pronunciar sobre a decisão da FPF. Na segunda-feira 29, a torcida organizada negou envolvimento com o confronto, que resultou na morte do cruzeirense José Victor, de 30 anos, e deixou outras 17 pessoas feridas.
A emboscada da Mancha Alvi Verde
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o confronto começou por volta das 5h. Na ocasião, torcedores da Mancha Alvi Verde atacaram com rojões um ônibus da Máfia Azul, maior torcida organizada do Cruzeiro, em um pedágio na Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã.
Havia dois ônibus cruzeirenses, que voltavam de um jogo em Curitiba. Os palmeirenses utilizaram pregos retorcidos para furar os pneus dos veículos e obrigá-los a parar na estrada. Depois, incendiaram completamente um dos veículos da torcida rival e depredaram o outro.
A PRF apreendeu 12 barras de ferro, dois pedaços de madeira, cinco rojões e duas bolas de sinuca com os torcedores do Palmeiras.
A Delegacia de Mairiporã recebeu o primeiro registro do caso, tipificado como homicídio, incêndio, associação criminosa, lesão corporal e tumulto com violência. A Delegacia de Polícia de Repressão de Intolerância Esportiva (Drade) assumiu a investigação depois e teve assistência do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPSP.
De acordo com a investigação, três dos suspeitos têm postos de liderança dentro da Mancha Alvi Verde. O Drade recomendou, por meio do Ministério Público de São Paulo (MPSP), a proibição da Mancha Alvi Verde nos Estádios à Federação Paulista de Futebol.
O motivo do ataque aos cruzeirenses
O ataque de domingo é possivelmente uma “cobrança” dos palmeirenses por uma emboscada de torcedores do Cruzeiros contra integrantes da Mancha Alvi Verde em 2022, também na Rodovia Fernão Dias. Quatro torcedores ficaram feridos, a tiros, na ocasião.
O então presidente da organizada palmeirense, Jorge Luís Sampaio Santos, teve a carteirinha de sócio, documentos e cartões de créditos arrancados pelos rivais durante o confronto, além de sofrer espancamento e ter vídeos expostos nas redes sociais.